O começo do fim de Escobar
Segunda temporada da aclamada série Narcos, da Netflix, estreia amanhã e mostra o declínio e a morte do narcotraficante
Adriana Izel
viver.pe@dabr.com.br
Publicação: 01/09/2016 03:00
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Fuga de prisão dá início à caçada do protagonista por parte das autoridades colombianas e norte-americanas |
Em 1992, a Colômbia finalmente conseguiu prender o narcotraficante Pablo Escobar. Mas a detenção não durou muito tempo. Escobar fugiu da luxuosa prisão intitulada A Catedral, construída por ele mesmo, e colocou o país novamente dividido entre caçá-lo e ajudá-lo a se manter “escondido”. A busca durou quase um ano até que o criminoso fosse morto por integrantes da polícia colombiana em ação conjunta com os Estados Unidos - e sob a suspeita de participação direta de organizações paramilitares.
É exatamente essa parte da história que será retratada na segunda temporada de Narcos, trama da Netflix com produção-executiva do brasileiro José Padilha e protagonizada pelo ator Wagner Moura, que chega ao serviço de streaming amanhã, com dez novos episódios. A produção mistura acontecimentos reais com ficção e conta até com imagens de arquivo de Pablo Escobar em algumas cenas.
Diferentemente do que acontece em muitas séries, a segunda temporada de Narcos não tem um salto no tempo. A trama começa exatamente de onde parou a primeira, quando Pablo Escobar está fugindo de A Catedral e, mais uma vez, evidencia o despreparo das forças de segurança colombianas em relação ao poder do narcotraficante, que tem boa parte de Medellín ao seu lado, seja por medo ou por admiração, já que Pablo construiu bairros e deu dinheiro à população mais pobre do país.
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Wagner Moura interpreta bandido morto em 1993 |
A temporada mostra o quanto o bandido não mediu esforços e gastou dinheiro para enfrentar as decisões do presidente da Colômbia, Cesar Gaviria (Raúl Mendes), e também o quanto a noção de limites das polícias colombiana e norte-americana tiveram que mudar para de fato conseguir matar Pablo Escobar, em dezembro de 1993. A continuação ainda marca o retorno do cartel de Cali para a história e da vingança de Judy Moncada (Cristina Umaña), após a perda do marido Kiko.
A sequência traz de volta boa parte do elenco da primeira temporada, como Pedro Pascal (Javier Peña), Joanna Christie (Connie Murphy), Paulina Gaitán (Tata Escobar), Paulina García (Hermilda Gaviria), Stephanie Sigman (Valeria Velez), Alberto Amman (Pacho Herrera) e Bruno Bichir (Fernando Duque).
O que esperar
Uma avaliação dos seis primeiros episódios revela destaques da segunda temporada de Narcos:
Supremacia de Escobar
Apesar de, desde a primeira temporada, a produção e os atores garantirem que a série não se tratava da história de Pablo Escobar, mas sim da origem do narcotráfico no mundo, é difícil imaginar a série sem o personagem. Na segunda temporada, mais uma vez, Wagner Moura rouba a cena entregando um Escobar ora perturbado, ora tranquilo, com todos os trejeitos do falecido populista. Dessa vez, o ator não engordou os 20kg da primeira temporada, mas melhorou o espanhol.
Mais mortes
Se no primeiro ano houve muitas mortes, a segunda terá ainda mais e algumas bastante impactantes. Na temporada de estreia, já era possível ver que Escobar estabelecia os próprios limites. O problema é que, agora, as polícias colombiana e estadunidense também extrapolarão a linha do que é visto como permitido.
Tata e Judy
A segunda temporada serve para destacar personagens que não haviam ganhado tanta importância. É o caso de Tata Escobar, mulher de Pablo, interpretada pela mexicana Paulina Gaitán. Ela aparece mais tentando acalmar o marido e pedindo que a família deixe Medellín. Outro destaque é para Judy Moncado, que faz da caçada de Escobar sua vingança contra o narcotraficante que matou seu marido.
Todos contra Escobar
A temporada mostrará algumas alianças, até improváveis, para que Pablo Escobar possa de fato ser localizado pela Colômbia. Até por isso alguns personagens que apareceram na primeira temporada - e mantinham uma relação de ódio com o narcotraficante - estão de volta.
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