O poder transformador do livro é o tema que estabelece a 26ª edição da Bienal Internacional do Livro de São Paulo como um significativo retorno à forma presencial após quatro anos. O evento é historicamente um cenário de descoberta de obras que muitas vezes passam rapidamente pelas livrarias, além de já ter sido um marco de resistência dos autores contra a censura. Neste ano, ocupando o Expo Center Norte deste sábado até o próximo dia 10, a Bienal traz como campanha a mudança que a emoção e o conhecimento transmitidos pela leitura são capazes de fazer na vida de cada pessoa. E o Viver, a convite da organização, irá acompanhar o evento in loco.

Com realização da Câmara Brasileira do Livro (CBL) e organização da RX, em parceria com Sesc São Paulo, a edição de 2022 disponibilizará ao público cerca de três milhões de livros em uma programação multicultural de 1,5 mil horas e 182 expositores confirmados. “O mundo mudou nos últimos anos em vários aspectos e nós também mudamos, buscando melhorar ainda mais o nosso evento. Uma das novidades é que estamos de casa nova, que permitirá uma experiência com mais conforto e segurança na circulação dos visitantes”, afirma o presidente da CBL, Vitor Tavares.

A Bienal confirmou a presença de mais de 300 autores para encontros e palestras exclusivas e está trazendo 30 nomes internacionais, como os portugueses Valter Hugo Mãe e Afonso Cruz, a moçambicana Paulina Chiziane e o angolano Kalaf Epalanga, da comitiva portuguesa. Entre os autores nacionais, marcarão presença Laurentino Gomes, Mario Sergio Cortella, Mauricio de Sousa, Miriam Leitão, Itamar Vieira Jr., Ailton Krenak, Conceição Evaristo, Thalita Rebouças, entre outros nomes.

CORDEL E REPENTE
Reafirmando a expectativa por uma integração cada vez maior da cultura nordestina no evento, a Bienal novamente terá uma área exclusiva para representar as artes do cordel, do repente e da xilogravura, trazendo seus produtores para transmitir a novas gerações um universo novo para muitas pessoas da região sudeste. Responsável pela curadoria, Lucinda Marques, da Câmara Cearense do Livro e da Editora IMEPH, relembra a principal conexão entre essa arte e a edição deste ano. “O país homenageado pela Bienal desta vez é Portugal, que foi onde se originou o cordel. Estamos ansiosos para retomar o contato com o público, leitores e artistas do mundo inteiro, numa edição que será ainda mais especial”, afirma.

As apresentações dos repentistas e recitadores acontecerão num palco montado a partir de uma carreta dentro do espaço, Cordel e Repente, de 350 m2, que vai receber mais de 100 artistas representando todos os estados nordestinos. O homenageado do estande desta edição, cujo tema é Sertão de carne e alma, é o poeta e pesquisador pernambucano Rogaciano Leite (1920-1969).

CEPE EDITORA
A Companhia Editora de Pernambuco (Cepe) estará pela primeira vez na Bienal com programação e estande próprios. A editora levará 11 autores e mais 20 títulos para o evento. Com previsão de lançar cinco novas obras - livros vencedores do 6ª Prêmio Cepe Nacional de Literatura e os dois novos do poeta português Nuno Félix da Costa -, a Cepe promoverá momentos de conversas e autógrafos com os escritores de seu catálogo, entre eles, a poeta Cida Pedrosa, a portuguesa Isabel Lucas, a autora de suspense Andrea Nunes e Frederico Toscano, autor de Yes, nós temos Coca-Cola e À Francesa: A Belle Époque do comer e do beber no Recife, premiado pelo Jabuti 2015.
 
AGENDA GEEK
O público nerd - fãs de ficção científica, de histórias em quadrinhos e de personagens da cultura pop - será contemplado com publicações da DC Comics, Marvel, Maurício de Souza e mangás. “Esse é um público acostumado a ser participativo e que é muito fiel às obras e autores que gosta”, afirma Barbara Robles, gerente da editora Panini.

A agenda geek vai incluir sessão de autógrafos com nomes dos quadrinhos da Maurício de Souza Produções, venda de figurinhas de filmes, séries e gibis.