Governo decide encerrar negociação Servidores federais em greve têm até amanhã para assinar acordos

Publicação: 27/08/2012 03:00

Secretário Sérgio Mendonça passou o domingo em reunião com grevistas (ANTONIO CRUZ/ABR)
Secretário Sérgio Mendonça passou o domingo em reunião com grevistas
Brasília - O governo encerrou ontem as rodadas de negociação com os servidores públicos federais em greve. O Ministério do Planejamento deu prazo até a próxima terça-feira (28) para que os representantes das categorias assinem os acordos concordando com o reajuste de 15,8%, dividido em três anos, proposto pelo governo.

As categorias que não concordarem ficarão sem aumento. Apesar de os trabalhadores saírem das negociações insatisfeitos com o percentual oferecido pelo governo, o secretário de Relações do Trabalho do Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça, disse estar confiante de que a maioria das categorias vai assinar. “Encerramos esse longo processo de negociação. Hoje e amanhã (terça, 28), vamos aguardar os retornos e estamos estruturando os projetos de lei daquelas categorias que estão aceitando fazer o acordo com o governo”, disse Mendonça.

Desde março, quando foi iniciado o processo de negociação salarial, foram mais de 200 reuniões para discutir o reajuste dos servidores com mais de 31 entidades sindicais. Apenas neste fim de semana foram realizadas 12 reuniões com representantes do Incra, dos controladores de voo, da Associação Nacional dos Analistas e Especialistas em Infraestrutura (Aneinfra), trabalhadores da área de ciência e tecnologia e do Itamaraty.

No próximo dia 31, termina o prazo para o envio do Orçamento ao Congresso Nacional, com a previsão de gastos com a folha de pagamento dos servidores para 2013. Até o momento, só as negociações na área da educação, segmento considerado estratégico e prioritário pelo governo, foram resolvidas. Apenas a Federação de Sindicatos de Professores de Instituições de Ensino Superior (Proifes) e a Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores das Universidades Públicas Brasileiras (Fasubra), representante dos técnicos administrativos universitários, aceitaram a proposta.

Para os professores universitários, a proposta acordada foi reajustes que variam entre 25% e 40%, nos próximos três anos, e redução do número de níveis de carreira de 17 para 13. A oferta terá custo de R$ 4,2 bilhões para a folha de pagamento. No caso dos servidores administrativos das universidades, o impacto do reajuste será de R$ 2,9 bilhões.

Corte de ponto

Também ontem, o governo sinalizou que poderá rever a decisão de cortar o ponto dos servidores em greve. O secretário Sérgio Mendonça comunicou que, se for fechado acordo para reposição dos dias parados, não haverá corte do ponto e poderá haver a devolução do salário cortado.