Delegada acusa pai de Bernardo Caroline Bamberg tem convicção de que o médico Leandro Boldrini está envolvido no crime

Publicação: 23/04/2014 03:00

Caroline Bamberg: %u201CTenho convicção de algum tipo de participação dele%u201D (CARLOS MACEDO/AGÊNCIA RBS)
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A delegada Caroline Bamberg Machado, que investiga a morte do menino Bernardo Uglione Boldrini, ocorrida no dia 4 de abril em Três Passos, disse ontem que tem convicção de que o pai da vítima, o médico Leandro Boldrini, tem “algum tipo de participação” no crime que abalou a pequena cidade do norte gaúcho. Ela defendeu a manutenção da prisão temporária do médico, apesar do depoimento da assistente social Edelvânia Wirganovicz, que confessou participação na morte, indicar que o pai do menor não tinha conhecimento do plano para matar Bernardo, 11 anos.

“No dia 4 (de abril) o guri sumiu. O pai comunicou para nós (polícia) no dia 6 o desaparecimento. Eu tenho convicção de algum tipo de participação dele (Leandro Boldrini), agora não vou dizer qual por enquanto porque ainda faltam alguns elementos a serem levantados. E a questão da liberação dele ou não é da Justiça, que autorizou a prisão. Eu pessoalmente acredito que ele deve continuar preso”, disse a delegada durante entrevista coletiva ontem.

Caroline informou que a madrasta de Bernardo, Graciele Ugulini, já prestou depoimento à polícia, mas não informou o teor da conversa. A delegada se limitou a informar que a principal suspeita do crime “estava tranquila” e que também “não chorou” durante o depoimento.

Graciele foi apontada por Edelvânia como executante do crime. Segundo a assistente social, foi a madrasta quem aplicou a suposta injeção letal que matou o garoto. Ainda segundo Edelvânia, a mulher prometeu quitar uma dívida imobiliária de R$ 96 mil para que recebesse ajuda para assassinar o enteado.

A delegada informou também que não tem prazo para encerrar a investigação. A prisão de Leandro, Graciele e Edelvânia segue pelo menos até o dia 14 de maio, podendo ser prorrogada por mais 30 dias. “Não estou satisfeita ainda, por isso não terminei o inquérito. Estamos trabalhando. Se não tivesse dúvidas ainda, iria dar por concluída a investigação”, informou.

Segundo ela, ainda há várias diligências pendentes. A delegada também não está descartada a possibilidade de uma quarta pessoa ter participado da morte de Bernardo.
Defesa

O advogado de Boldrini, Jader Marques, protocolou ontem na Justiça uma autorização assinada pelo médico para que sejam quebrados seus sigilos bancário, fiscal e telefônico “como forma de facilitar as investigações”.

Segundo o advogado, a polícia está cerceando a defesa de Leandro Boldrini ao não permitir acesso integral ao inquérito. (Da Agência O Globo)