Barril de pólvora aceso em Natal

Publicação: 18/01/2017 03:00

Setenta e duas horas após a rebelião que deixou 26 mortos, a Penitenciária Estadual de Alcaçuz, na Grande Natal, ainda vivia momentos de tensão. Ontem, presos voltaram a se rebelar e integrantes de facções rivais montaram barricadas dentro da unidade prisional, trocaram ameaças e depredaram ainda mais a estrutura já afetada dos pavilhões.

Do lado de fora, eram ouvidos disparos de munição não letal e de munição verdadeira que partiam dos agentes penitenciários e de policiais militares que tentavam controlar o motim. O uso das armas foi feito para que o confronto entre as duas facções não voltasse a acontecer. Com rostos cobertos de lado a lado, presos ameaçavam avançar, no que seria uma batalha campal.

Vídeo obtido pela reportagem mostra um policial narrando a cena. “A gente atira para poder não deixar ter confronto porque, se houver confronto, vai ser morte demais. De um lado, tem 400 e poucos do Sindicato e, de outro, tem quase 600 que são do PCC”, disse o PM não identificado. “Então, a gente está numa situação difícil. Só tem dois oficiais presentes”, acrescentou o homem.

Os detentos estavam armados com facões e voltaram a hastear bandeiras das organizações criminosas nos telhados dos pavilhões. Próximo do pavilhão 4, presidiários do Sindicato do Crime do RN (SDC) repetiram as ameaças, apesar da bandeira branca que compunha o cenário. Do outro lado, próximo do antigo pavilhão 5, presos do PCC respondiam.

MINAS GERAIS
Sete presos ficaram feridos durante motim na Penitenciária de Juiz de Fora, em Minas Gerais. Segundo informações da Secretaria de Administração Prisional (Sead), os detentos se revoltaram depois do anúncio de inspeção de rotina. (Da redação com agências)