Disparidade nas universidades

Publicação: 13/09/2017 03:00

Apenas 15% dos estudantes brasileiros entre 25 e 34 anos estão no ensino superior, face a 37% na OCDE, 21% na Argentina e a 22% no Chile e na Colômbia. No entanto, se comparado aos países dos Brics (bloco formado pelo Brasil, a Rússia, Índia, China e África do Sul), o Brasil está melhor - a China tem 10%, a Índia, 11%, e a África do Sul, 12%.

Em relação à desigualdade no acesso ao ensino superior, no Brasil a disparidade entre os estados é a maior observada na pesquisa. Enquanto 35% dos jovens de 25 a 34 anos no Distrito Federal frequentam a universidade, no Maranhão a taxa é cinco vezes menor (7%). Apesar de o relatório reconhecer que o Brasil é um país muito grande e diverso, se comparado a outros grandes como os Estados Unidos e a Rússia, a desigualdade é muito mais dramática (apresentando variações de até cinco vezes nos percentuais, contra menos de três vezes de disparidade em outros países).

Quase 75% dos estudantes brasileiros no ensino superior estão em instituições privadas, contra cerca de 33% da média dos países da OCDE. O relatório alerta que, nesse caso, a falta de mecanismos de financiamento estudantil pode ser um obstáculo.

Apenas 0,5% dos estudantes brasileiros estudam no exterior, percentual muito abaixo dos 6% da média da OCDE.

De maneira geral, considerando o grupo de todos os países pesquisados, os adultos com um diploma universitário obtêm ganhos significativos em seu investimento: têm 10% mais chances de serem empregados e ganharão, em média, 56% mais do que os adultos que só completaram o ensino médio.

A falta de salários e o envelhecimento dos professores afetam a profissão, afirma o relatório, que cita a categoria como “a espinha dorsal do sistema educacional”. “Os salários dos professores são baixos em comparação com outros trabalhadores de tempo integral com educação similar. Esse é um grande obstáculo para atrair jovens para o ensino. Embora os salários aumentem de acordo com o nível de educação prestado, eles ainda estão entre 78% e 94% dos salários dos trabalhadores com formação universitária em tempo integral”, acrescenta o texto. (Agência Brasil)