Lula lança Aliança Global contra a Fome Oitenta e dois países aderiram à iniciativa, inclusive a Argentina do ultraliberal Javier Milei. Objetivo é erradicar a pobreza até 2030

Publicação: 19/11/2024 03:00

A Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, uma das prioridades do Brasil, foi lançada ontem na cúpula do G20 no Rio de Janeiro, com a adesão de 82 países e o objetivo de acabar com essa “chaga” até 2030. “Compete aos que estão aqui, compete aos que estão de volta desta mesa, a inadiável tarefa de acabar com essa chaga que envergonha a humanidade”, disse Lula.

Após o lançamento, a Argentina do ultraliberal Javier Milei se juntou à causa, disse uma fonte do governo brasileiro à AFP. O país sul-americano era o único membro do G20 que ainda não havia aderido. Um total de 66 organizações internacionais, incluindo a União Europeia e a União Africana, também fazem parte da proposta.

O projeto, uma iniciativa pessoal de Lula, é ambicioso: erradicar a fome e a pobreza até 2030 e reduzir a desigualdade. O desafio é enorme, pois 733 milhões de pessoas passaram fome em 2023, ou 9% da população mundial, de acordo com o último relatório apresentado em julho pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) e outras agências da ONU.

Além da estrutura do G20, a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza teve como objetivo reunir países de todo o mundo e instituições internacionais para liberar recursos financeiros ou replicar iniciativas que funcionam a nível local.

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As negociações estão em andamento há vários meses e compromissos concretos já foram assumidos. Na sexta-feira (15), o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) anunciou uma contribuição financeira de até US$ 25 bilhões (cerca de R$ 144 bilhões) para apoiar programas “para acelerar o progresso na luta contra a fome e a pobreza entre 2025 e 2030”.

Especificamente, a Aliança pretende atingir 500 milhões de pessoas em nações de baixa e média renda com programas de transferência de renda, expandir a alimentação escolar de “alta qualidade” para 150 milhões de crianças em nações com pobreza infantil e fome endêmica.

A iniciativa “pode ser um ponto de virada na luta contra a fome e a pobreza extrema (...), mas deve ir além”, “abordando urgentemente os impactos devastadores da mudança climática sobre os sistemas alimentares no Sul global”, reagiu o Oxfam (Comitê de Oxford para Alívio da Fome). (AFP)