Ciência nacional perde professora Helen Khoury Nascida na Jordânia, ela era naturalizada brasileira e recebeu o título de cidadã pernambucana em 2022. Atualmente, era titular no DEN-UFPE

Tatiana Notaro

Publicação: 03/02/2025 03:00

Faleceu ontem, no Recife, a pesquisadora e professora da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Helen Jamil Khoury Asfora, de 73 anos. Titular do Departamento de Energia Nuclear (DEN) da instituição, atualmente era diretora científica da Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia de Pernambuco (Facepe) e coordenadora do Laboratório de Metrologia das Radiações Ionizante do DEN-UFPE.

Entre muitas contribuições para a ciência e a educação, ela é idealizadora e diretora do Museu de Ciências Nucleares, o primeiro do país dedicado exclusivamente à pesquisa, conservação e exposição de objetos e coleções relacionadas à evolução da tecnologia nuclear no Brasil e no mundo.

O velório e a cerimônia de cremação acontecem hoje, no Cemitério Morada da Paz, em Paulista, a partir das 14h.

HELEN KHOURY

Nascida em Jerusalém, na Jordânia, Helen Khoury era naturalizada brasileira e morava no país há mais de 40 anos. Ela deixa o marido, o engenheiro e enxadrista brasileiro Marco Asfora, duas filhas e dois netos. Ela estava em tratamento de câncer.

Em Reunião Solene realizada em 22 de abril de 2022, a Assembleia Legislativa do Estado de Pernambuco entregou à professora o Título de Cidadã de Pernambuco.

CONDOLÊNCIAS
Ontem, a UFPE emitiu nota de pesar onde “lamenta profundamente”. O post (em @ufpe.oficial) recebeu diversas condolências da comunidade acadêmica que destacaram a importância de Helen Khoury. O Centro Regional de Ciências Nucleares do Nordeste (CRCN-NE) descreveu a pesquisadora como “determinada, dedicada, aplicada, uma das mais brilhantes cientistas do país”. “Sua atuação se sobressaiu em todos os níveis possíveis da vida de um profissional do campo da ciência: nas salas de aula, nos laboratórios de pesquisa e à frente de instituições e de projetos importantes. Suas contribuições nos âmbitos da dosimetria, instrumentação nuclear, aplicações médicas e metrologia das radiações ionizantes ultrapassam fronteiras. Seu legado é imenso. Como foi sua luta em prol da ciência, da tecnologia, da inovação e da educação brasileira. Foi um exemplo em vida e para sempre será uma referência para homens e mulheres da área nuclear”.

A Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) também lamentou a morte de Helen, “referência na área nuclear brasileira”. “Hoje, o setor nuclear brasileiro perde uma grande referência, mas seu legado permanecerá vivo em cada profissional que formou, em cada iniciativa que ajudou a construir e em cada pessoa que teve o privilégio de conhecê-la. A CNEN se solidariza e expressa sua mais profunda gratidão”, disse o presidente Francisco Rondinelli Júnior.