Polícia desarticula rede nacional de cibercrimes
Grupo seria administrado por jovem de 14 anos. Dois homens foram presos e sete adolescentes apreendidos na Operação Criança Segura realizada em sete estados
Publicação: 17/04/2025 03:00
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Máscara, luvas e arma de brinquedo foram encontradas na casa de outro adolescente |
Uma operação coordenada pela Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima da Polícia Civil do Rio de Janeiro (DCAV-RJ) desarticulou, na última terça-feira, uma rede criminosa, de atuação nacional, voltada à prática de crimes cibernéticos contra crianças e adolescentes. A quadrilha atuava em plataformas como Discord e Telegram, e incentivava atos violentos, como suicídio e automutilação. Além disso, compartilhava pornografia infantil, publicava vídeos com maus-tratos a animais e incitava o cometimento de crimes de ódio.
Dois homens foram presos — os nomes não foram divulgados — e sete menores apreendidos. Um adolescente de 14 anos seria o administrador do grupo e tomava as decisões estratégicas, além de atuar na coordenação dos desafios e das competições de crimes de ódio na internet. Segundo o G1, na casa de outro jovem, foram encontradas uma máscara do personagem “Ghostface, do filme pânico; duas luvas com estampa de esqueleto e uma arma de brinquedo.
A Operação Adolescência Segura cumpriu 20 mandados em sete estados (São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Goiás e Mato Grosso do Sul. Segundo a Polícia Civil do Rio de Janeiro, a quadrilha utilizava “mecanismos de manipulação psicológica e aliciamento de vítimas em idade escolar, em um cenário de extremo risco à integridade física e mental de crianças e adolescentes”. O grupo tinha como alvo o público infantojuvenil. Os crimes imputados aos envolvidos incluem associação criminosa , indução ou instigação à automutilação e ao suicídio, maus-tratos a animais e apologia ao nazismo.
TORTURA
Em outra operação, a Polícia Civil apreendeu, ontem, dois adolescentes, de 15 e 16 anos, suspeitos de incentivar automutilação e crueldade contra animais durante ao vivo pela internet. A ação fez parte da Operação Garmr, realizada pelas polícias de Minas Gerais e do Rio Grande do Norte, com o apoio do CyberLab.
Foram encontrados notebook, celular e um exemplar do livro “História das Guerras: Dossiê Especial Hitler” com um dos alvos. Segundo a PF, o cenário era “perturbador”. Eles administravam servidores onde aconteciam as lives. Foi identificado também o crime de propagação de discursos de ódio. Em uma das transmissões, uma suspeita de 15 anos torturou o afilhado, de cinco anos, atendendo a comandos dados pelos dois adolescentes. Em outro caso, uma adolescente foi induzida a atear fogo no próprio braço. Em um terceiro, uma menina se mutilou usando uma lâmina. (Da redação com Correio Braziliense)