Bolsonaro: anistia é "paz para a economia" Na avaliação do ex-presidente, imposição dos EUA "tem muito mais, ou quase tudo, a ver com valores e liberdade, do que com economia"

Publicação: 14/07/2025 03:00

Tarifas começam em 1º/8: "solução nas mãos das autoridades brasileiras", diz Bolsonaro (ED ALVES CB/DA PRESS)
Tarifas começam em 1º/8: "solução nas mãos das autoridades brasileiras", diz Bolsonaro

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ) publicou em uma rede social uma lista com “o que falta para o Brasil ser a Terra Prometida do Ocidente”. De acordo com Bolsonaro, com a aproximação do prazo para o início da imposição tarifária entrar em vigor — previsto para o dia 1º de agosto — “a solução está nas mãos das autoridades brasileiras”. “Em havendo harmonia e independência entre os Poderes, nasce o perdão entre irmãos e, com a anistia também a paz para a economia”.

Na avaliação de Bolsonaro, a imposição tarifária dos Estados Unidos ao Brasil na última quarta-feira (9) “tem muito mais, ou quase tudo, a ver com valores e liberdade, do que com economia”. A fala acontece após manifestação de especialistas à imprensa que revelaram que o real motivo da imposição tarifária foi a reunião do Brics realizada na semana passada. Na ocasião, o governo brasileiro cogitou a possibilidade de o dólar não ser a moeda utilizada entre os países-membro. “Não me alegra ver sanções pessoais, ou familiares, a quem quer que seja. Não me alegra ver nossos produtores do campo ou da cidade, bem como o povo, sofrer com essa tarifa de 50%”, acrescentou Bolsonaro.

Na carta, Trump revelou que as motivações para a imposição tarifária são o desequilíbrio na relação comercial entre Brasil e EUA e a condução de julgamento contra Bolsonaro por suposta tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito: a acusação contra o ex-presidente “é uma desgraça internacional”.

Ao impor as tarifas, Trump criticou o processo judicial contra Bolsonaro, que está inelegível e é réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por suposta tentativa de golpe de Estado. O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) está nos EUA para buscar sanções contra o ministro Alexandre de Moraes e apoio da Casa Branca para garantir a anistia do pai, que é julgado por tentativa de golpe de Estado.

Ontem, o vice-presidente Geraldo Alckmin explicou que os EUA têm um superávit com o Brasil. “O déficit comercial deles no ano passado foi de US$ 1,2 trilhão, mas não com o Brasil. O Brasil é superavitário para eles”, comentou. “Dos produtos que eles mais exportam para nós, oito não têm imposto. Não tem sentido essa tarifa”. (Correio Braziliense e Metrópoles)