Tomate voltou a ser um dos vilões da carestia, diz IBGE

Acarestia voltou a assombrar o consumidor em fevereiro. A inflação oficial do país, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que havia sido de 0,55 % em janeiro, subiu para 0,69% no mês passado. Em 12 meses, o indicador alcançou 5,68% e voltou a se distanciar da meta fixada pelo governo, de 4,5%, indicando que o Banco Central pode ser obrigado a manter por mais tempo a política de elevação de juros para segurar a escalada dos preços.

O grupo educação — puxado pelo reajuste das mensalidades escolares — foi o que mais contribuiu para a elevação do IPCA. O item subiu 5,97% e causou, sozinho, um impacto de 0,27 ponto percentual no indicador geral. “Os custos do colégio, pressionados pelos salários dos professores e por outras despesas operacionais foram responsáveis pela alta do índice do setor”, explicou Irene Maria Machado, gerente de pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), responsável pelos cálculos.

Os dados revelam ainda que, no grupo alimentação, o tomate, que um ano atrás foi um dos principais fatores de pressão sobre a carestia, voltou a ser um dos vilões da inflação. O produto subiu 10,70 % em fevereiro. “A seca em algumas regiões e a chuva intensa, em outras, prejudicaram as lavouras de diversas hortaliças e frutas, principalmente, as do tomate”, ressaltou Irene. As hortaliças e verduras, que haviam subido 6,01% em janeiro, tiveram quase o dobro de alta em fevereiro: 11,42%.

Os aumento de aluguel (1,20%) e de condomínio (0,80%) empurraram para cima o grupo de habitação, que registrou avanço de 0,77% mês passado. Segundo a gerente do IBGE, a inflação de fevereiro só não foi maior por conta do recuo das passagens aéreas e do vestuário. Os economistas já prevêem nova alta em março. A projeção preliminar para o IPCA aponta elevação de 0,70%. (Do Correio Braziliense)