Quando a gestão faz a diferença Alberto Ferreira da Costa comemora 78 anos neste domingo, sendo 23 à frente do Hospital Português

Publicação: 04/05/2014 03:00

Real Hospital Português ocupa lugar de referência no polo médico de Pernambuco (RHP/DIVULGAÇÃO - 14/9/11)
Real Hospital Português ocupa lugar de referência no polo médico de Pernambuco
De uma casa de saúde em dificuldades para um grande centro de excelência médica regional. A transformação do Real Hospital Português em referência no polo médico de Pernambuco – o segundo maior do país – tem uma assinatura: a de Alberto Ferreira da Costa. Há 23 anos à frente da unidade de saúde como provedor, função que exerce voluntariamente, ele é apontado como o divisor de águas na história do hospital. As trajetórias pessoal, empresarial e como gestor da unidade de saúde se completam e são lembradas neste domingo, quando o português completa 78 anos.

Com 14 anos, na Mercearia Rosa Leite, no Porto, Portugal, Alberto trabalhava como balconista e atendeu o vendedor João Ferreira Rodrigues, do Recife. O desconhecido o convidou para trabalhar no Brasil. Aos 15 anos, o sexto dos 10 filhos do pedreiro e comerciante Álvaro da Costa com a dona de casa Ana Ferreira embarcou no navio Serpa Pinto rumo ao Recife. “Já em Pernambuco, ele iniciou os trabalhos no armazém dos irmãos Rodrigues, onde ficou por 8 anos. Saiu para abrir uma sorveteria-bar. Depois disso, foi dono de uma padaria e de uma mercearia até, em 1965, abrir o armazém de construção Rio Ave”, conta a jornalista portuguesa Laura Areias, biógrafa do provedor do RHP.

Empresário bem-sucedido no comando da construtora Rio Ave, aceitou o desafio de responder também pelo Hospital Português em 1991. Desde então, promoveu mudanças profundas na unidade de saúde. Levou o talento para empreender ao hospital, que estava prestes a falir. A principal transformação foi dar à instituição de beneficência condições para se sustentar. Até então, o hospital sobrevivia das doações feitas por portugueses e não tinha nem mesmo uma lavanderia para higienizar os tecidos usados nos leitos.

Uma verdadeira revolução foi realizada no hospital. Nas mais de duas décadas de gestão, o português de Junqueira – freguesia da Vila do Conde com pouco mais de 2 mil habitantes – modernizou a unidade de saúde, reformando e construindo pavilhões, adquirindo veículos e máquinas de última geração para o tratamento dos pacientes e criando, entre outros projetos, o Real Hospital do Coração, o edifício-garagem, a unidade de Boa Viagem e o Real Lab. “Alberto é um dos maiores empreendedores que Pernambuco já viu. Não apenas na iniciativa privada, no setor da construção civil, mas, principalmente, à frente do hospital. Sou testemunha do que aconteceu com o Português, que tinha muitas dívidas quando ele assumiu. Hoje, é um dos maiores hospitais do Brasil”, enfatiza o presidente do Imip, o cirurgião cardiovascular, Carlos Moraes.

Aos 15 anos, Alberto Ferreira da Costa atravessou o Oceano Atlântico para chegar ao Recife e tornar-se referência em administração (MARIA EDUARDA BIONE/ESP. DP/D.A PRESS - 4/6/13)
Aos 15 anos, Alberto Ferreira da Costa atravessou o Oceano Atlântico para chegar ao Recife e tornar-se referência em administração

Saiba mais

Linha do tempo


1936 - No ano em que o Real Hospital Português de Beneficência completa 81 anos, nasce Alberto Ferreira da Costa, em São Simão da Junqueira, Portugal

1951 - Enquanto o hospital é gerido pelo provedor Antonio Gonçalves Neves Sobrinho e alcança “prosperidade financeira invejável”, Alberto, com 15 anos, embarca no navio Serpa Pinto rumo ao Recife

1964 - José Narciso Maia Palmeira é eleito provedor do Real Hospital Português e inicia a construção do Pavilhão Palmeira. No mesmo ano, Alberto casa-se com Maria do Carmo, com quem está até hoje

1968 - O Português conta com novos pavilhões com quartos individuais e serviços de laboratório, radiologia e fisioterapia. Alberto festeja a construção do Residencial Cláudia, pela Rio Ave, armazém de construção que havia criado em 1965 e virou construtora

1971 - As histórias do hospital e de Alberto se cruzam quando ele é admitido como associado remido, ingressando na área administrativa da unidade de saúde. Neste ano, o Instituto de Doenças do Tórax do Recife é instalado no hospital

1977 - O hospital cresce e ganha uma nova maternidade. Alberto é eleito mordomo suplente do Português e celebra a construção do primeiro edifício em Boa Viagem pela Rio Ave, o Edifício Afonso Henriques

1991 - Clínicas especializadas estão em expansão no hospital, mas a situação financeira é delicada. O então vice-provedor Alberto Ferreira é eleito provedor para o biênio 1992-1993. Desde então, foi reeleito em todos os biênios seguintes

2005 - O Real Hospital Português completa 150 anos de história e inaugura mais uma reforma no Realmater. A maternidade ganha os serviços de urgência e emergência pediátricas com sete leitos para a UTI Neonatal. Alberto levanta o prédio Graham Bell, pela Rio Ave

2014 - O RHP promove o evento “Encontros de Oncologia: Cancro Gástrico - Estado da Arte”, em Portugal, no ano em que o provedor, Alberto Ferreira da Costa, completa 78 anos, sendo 23 à frente do hospital

Depoimentos

"Alberto Ferreira é um grande empreendedor, de reconhecida capacidade empresarial. O (Real Hospital) Português cresce todo dia por conta do espírito incansável dele. Considero-o um cidadão luso-brasileiro dedicado ao bem-estar das comunidades portuguesa e brasileira”
- Luiz Vilella, presidente do Clube Português do Recife

"Alberto é um homem cheio de predicados. Como provedor do hospital, é determinado e progressista. O Português deve muito a ele pela sua dedicação e amor ao hospital”
- Joaquim Amorim, 2º vice-provedor do Real Hospital Português

"O Hospital Português surgiu a partir do Gabinete (Português) de Leitura, o que nos orgulha. Alberto é uma pessoa que admiro muito pelo dinamismo e caráter empreendedor. Desejo que ele continue à frente do hospital por muitos anos”
- Antônio Almeida, presidente do Gabinete Português de Leitura de Pernambuco

"Alberto é um homem inigualável, com um pensamento rápido e visão do futuro. Ele vai deixar às futuras gerações um hospital que é orgulho dos portugueses e dos brasileiros. O Português não para de crescer e está sempre avançando tecnologicamente”
- Armênio Dias, empresário