Adutora sob o risco de parar Projeto do Agreste vive impasse na liberação de recursos. Compesa diz que R$ 780mi deveriam ter sido liberados, mas só chegaram R$ 314 mi

Publicação: 23/08/2014 03:00

Por falta de recursos, Saint-Gobain suspendeu as importações de tubulações para a obra (RICARDO FERNANDES/DP/D.A PRESS - 04/06/13)
Por falta de recursos, Saint-Gobain suspendeu as importações de tubulações para a obra
Um impasse entre governos federal e estadual está travando o andamento da obra da Adutora do Agreste. O repasse do convênio de R$ 1,3 bilhão entre Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) e Ministério da Integração Nacional para a implantação do projeto não está como o estado contratou. De acordo as contas da Compesa, cerca de R$ 780 milhões já deveriam ter chegado do governo federal. Só vieram R$ 314 milhões. O resultado é cerca de 800 demissões, canteiros desmobilizados, suspensão de contratos com fornecedores e um ensaio para a paralisação total. O Ministério da Integração, por sua vez, garante o repasse concluído de R$ 326 milhões e que a obra está em pleno vapor.

De acordo com o presidente da Compesa, Roberto Tavares, o convênio com o Ministério da Integração Nacional para construção da obra é validado por portaria interministerial (130/2013), que simplifica a liberação de recursos para projetos destinados a necessidades de grande proporção, como seca, enchentes, entre outros. “O processo de repasse é de 30% mediante apresentação de contratos, depois mais 40% mediante comprovação por relatório de que a obra está sendo tocada e o restante pós-fiscalização do ministério para concluir a obra”, destacou Roberto Tavares. Ainda de acordo com o presidente da Compesa, vários ofícios foram enviados para o ministério, avisando do risco de paralisação, mas sem qualquer retorno. O ministério se limitou a responder que os repasses são feitos de acordo com a execução da obra da adutora.

Outro agravante para a celeridade do projeto é o fornecimento de tubulações. A Saint-Gobain, que possui contrato de mais de R$ 500 milhões com a Compesa, estava importando de unidades industriais da Alemanha e da Espanha, porque a fábrica brasileira não atendia à demanda. Com a falta de dinheiro, a Saint-Gobain suspendeu as importações.