Prazo para pagar salário da refinaria Alumini tem até 2ª para informar lista de funcionários em atraso na Justiça e Petrobras 10 dias a partir da informação para fazer pagamento

AUGUSTO FREITAS
augustofreitas.pe@dabr.com.br

Publicação: 21/11/2014 03:00

Durante o protesto, tiros de balas de borracha foram disparados e bombas de efeitos moral (PAULO PAIVA/DP/D.A PRESS)
Durante o protesto, tiros de balas de borracha foram disparados e bombas de efeitos moral
Após mais um dia de tensão, os 600 funcionários do consórcio Alumini (antiga Alusa), que atua na construção da Refinaria Abreu e Lima, foram informados que a empresa tem até a próxima segunda-feira para protocolar na Justiça de Ipojuca a lista dos operários que estão sem receber salários e rescisões trabalhistas. Após a realização do protocolo, serão contados até dez dias, prazo máximo para o dinheiro entrar na conta desses funcionários. Caso a determinação não seja cumprida, as empresas terão multa diária de R$ 50 mil.

Ontem, uma comitiva do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Construção de Estradas, Pavimentação e Obras de Terraplenagem em Geral no Estado de Pernambuco (Sintepav/PE) foi recebida por representantes da Petrobras que informaram que R$ 7 milhões estão depositados em juízo. O montante será rateado inicialmente a título de paliativo entre os operários que estão sem receber, incluindo os que já foram demitidos.

Ainda na reunião, segundo informações do Sintepav/PE, a Petrobras informou que outros R$ 50 milhões destinados ao pagamento dos direitos trabalhistas já estão homologados a favor da Alumini, mas o consórcio precisa assinar a liberação e, após o envio da lista com o total de funcionários, depositar o dinheiro nas contas dos funcionários. A Petrobras também terá que liberar o restante correspondente aos R$ 130 milhões referentes à folha de pagamento, como foi determinado pela Justiça na semana passada.

A reunião só aconteceu após mais um dia de protestos e congestionamentos. No início da manhã, os trabalhadores fecharam a PE-09, sentando-se na rodovia estadual, em frente a um dos portões da refinaria, com faixas e cartazes e queimando pneus e pedaços de madeira. Para liberar a passagem dos veículos, o 18º Batalhão de Polícia Militar solicitou o apoio do Batalhão de Choque, que entrou em confronto com os manifestantes. Tiros de balas de borracha foram disparados, além de bombas de efeitos moral e gás lacrimogêneo e seis pessoas foram presas. Na PE-60, 15 ônibus tiveram os pneus furados, bloqueando o acesso à refinaria por mais de cinco horas. Segundo a Polícia Militar, onze pessoas foram detidas.

Os cerca de 4,5 mil operários do Alumini estão sem receber salários há 60 dias e 200 trabalhadores já demitidos que não receberam nenhuma rescisão trabalhista. Em nota, a Petrobras ratificou “que está em dia com suas obrigações contratuais e que os pagamentos de seus compromissos reconhecidos com todas as empresas estão sendo realizados de acordo com a legislação vigente e com o estabelecido em contrato.”