Carnaval além da folia É tempo de ganhar dinheiro ou aumentar vendas. Alimentos, vestuário, artesanato estão entre setores mais solicitados nesta época

THATIANA PIMENTEL
thatianapimentel.pe@dabr.com.br

Publicação: 26/01/2015 03:00

Juana Moura aproveitou o movimento das prévias e produziu uma coleção temática de faixas, turbantes, colares, pulseiras e brincos (ROBERTO RAMOS/DP/D.A PRESS)
Juana Moura aproveitou o movimento das prévias e produziu uma coleção temática de faixas, turbantes, colares, pulseiras e brincos
Enquanto para muitos, o ano só começa após o carnaval, para alguns, o período de folia significa a chance de garantir uma renda extra ou aumentar as vendas. E isso não vale só para os empreendedores que trabalham com fantasias e adereços. A festa tem espaço para outros segmentos além de vestuário. Alimentos e bebidas, artesanato, cosméticos e serviços turísticos estão dentre os setores que podem até dobrar de demanda antes e durante o período de celebração. Momento oportuno para pequenos negócios e para os pernambucanos interessados em abdicar da curtição em busca de dinheiro.

Para Daniel Lopez, analista de orientação empresarial do Sebrae de Pernambuco, o primeiro passo para quem quer empreender no carnaval é identificar o que irá oferecer e para quem. “A pessoa tem que buscar alguma área em que já tenha afinidade. Se você cozinha bem, por exemplo, pode pensar em um carrinho de comida. Para aguentar a correria deste período, tem que ser algo que você goste”, alerta. Uma vez decidido, vale fazer um plano de negócios, mesmo que sua intenção seja comercializar um produto apenas durante os quatro dias de folia. O planejamento é o que irá dizer ao empreender se ele realmente vai lucrar com a ideia.

“Nem sempre vale a pena. É preciso pesquisar os preços de mercado e os locais de venda e a capacidade de investimento e de trabalho do empresário. No plano, também deverá constar quais licenças e alvarás serão necessários para o colocar o projeto na rua, além das taxas necessárias. Essa pesquisa é essencial para uma avaliação da viabilidade do negócio.”

Lopez ressalta que alimentos e bebidas, serviços de guia turístico e adereços típicos são os ramos que podem realmente faturar durante a festa. Outros setores, porém, já podem lucrar com as prévias como é o caso de vestuário, calçados, artesanato, adereços femininos. “Olinda já está lotada aos fins de semana e também tem muitos bailes marcados até fevereiro. Vale investir em fantasias, camisas de blocos customizadas, rasteirinhas para a folia, headbands (faixas de cabelo) temáticas, bijuterias e maquiagem ”, cita. Ainda de acordo com o analista, os empresários também podem aproveitar o aumento do fluxo turístico, que propicia a venda de souvenirs e peças artesanais típicas da época ou do estado. “Quem quer realmente lucrar, precisa começar “ontem””, completa.

A design Juana Moura é uma das empreendedoras pernambucanas que já está “com o bloco na rua”. Desde o início de janeiro, Juana aproveitou o rebuliço em torno das prévias e produziu uma coleção temática de faixas, turbantes, colares, pulseiras e brincos. “Tenho de todos os tipos, cores e modelos. Trabalho com as cores dos principais blocos de Pernambuco, como Eu Acho é Pouco e ainda com coroas de flores, que estão vendendo muito desde o final do ano.” O resultado já está aparecendo. A designer precisou contratar duas pessoas para sua equipe, que tinha quatro funcionários e garante que sentiu um aumento de 30% nas vendas desde 1º de janeiro. “Ano passado, vendi 800 peças em até o último dia de folia. Neste ano, quero chegar a 1,2 mil peças, no mínimo. Já estou enviando até para outros estados como Salvador e Rio de Janeiro”, comenta. Os preços variam de R$ 39 a R$ 149.