Micros estão conectados, mas nem tão antenados Pesquisa inédita do Sebrae aponta que 92% destes empreendedores fazem uso da internet, mas não exploram potencial

THATIANA PIMENTEL
thatianapimentel.pe@dabr.com.br

Publicação: 25/01/2015 03:00

Desde que começou o negócio, Camila Fisher (E) alimenta o perfil no Instagram, postando fotos das peças que vende (BLENDA SOUTO MAIOR/DP/D.A PRESS)
Desde que começou o negócio, Camila Fisher (E) alimenta o perfil no Instagram, postando fotos das peças que vende
Ouso da internet é uma prática para a quase totalidade dos donos de micro e pequenas empresas brasileiras. De acordo com pesquisa inédita do Sebrae, 92% destes empresários estão conectados. Infelizmente, isso não quer dizer que todos os empreendedores saibam usar a web para agregar valor a seus negócios e aumentar suas vendas. As redes sociais são um terreno perigoso, onde muitas empresas ainda não entraram, ou mantêm suas páginas desatualizadas, erro cometido por cinco entre dez empreendedores. O risco é que, ao invés de atrair clientes, ter um perfil desorganizado e vazio pode ter o efeito oposto e arranhar a credibilidade.

O gestor de projetos de e-commerce Thiago Suruagy, do Sebrae Pernambuco, afirma que, hoje, 18% de todo o consumo de micro e pequenas empresas e empreendedores individuais vêm da internet. “As redes sociais são um excelente canal de divulgação e vendas, mas não basta só abrir uma página da empresa, é preciso tornar o perfil interessante, atrativo, conquistar os seguidores e, depois, transformá-los em clientes”, afirma. Segundo ele, isso exige um compromisso diário. “O empreendedor tem que encaixar esse trabalho no seu dia. Tirar meia hora para postar e, não apenas isso, responder às questões dos internautas, estendendo o contato para uma janela inbox ou o WhatsApp. E isso tem que ser uma rotina.”

instagram
É exatamente o que faz a empresária Camila Fisher, dona da multimarcas de roupas femininas I’M, em Candeias. Camila acredita que passa pelo menos oito horas por dia nas redes sociais. “Estou conectada o tempo inteiro. Da hora que acordo até a hora que vou dormir. Desde o início do negócio, há cinco meses, passo horas trabalhando no nosso Instagram, seguindo gente, curtindo, compartilhando fotos de nossas clientes com nossas roupas e sempre coloco o look do dia, que faz o maior sucesso”, revela. Tanto esforço já está se convertendo em lucros. Hoje, o perfil da I’M já tem 3,2 mil seguidores e cerca de 80% dos clientes da marca vêm do Instagram.

Todo o procedimento é aprovado por Thiago Suruagy. “Isso é o que todos os empreendedores devem fazer, criar o contexto, um conceito, agregar valor, vender um estilo de vida. O look do dia, por exemplo, funciona muito bem para lojas de roupa”, reforça. Ele aconselha que a empresária também use o Facebook para se comunicar com os consumidores. E Suruagy indica outra ferramenta virtual para ajudar os pequenos empresários locais: o Google Meu Negócio. “É um sistema novo e gratuito.”