O mapa do café da manhã na RMR Diario pesquisou custo de refeição fora de casa e a variação de preços entre alguns bairros, que podem dobrar, dependendo da localização

ANDRÉ CLEMENTE
andreclemente.pe@dabr.com.br

Publicação: 25/01/2015 03:00

Você costuma tomar café da manhã fora de casa? Então, saiba o quanto pode custar esta refeição nas padarias da Região Metropolitana do Recife (RMR) e a variação de preço de um bairro para outro. O Diario pesquisou o valor do combo formado por um sanduíche (queijo e presunto), acompanhado de um suco de laranja e um café com leite, todos sem muitos aparatos gastronômicos. As opções podem fazer o preço cobrado dobrar, de acordo com a localização. É o caso da diferença entre o bairro de Piedade e o Bairro do Recife. No primeiro, o café da manhã é oferecido pelo preço de R$ 6,50 (Padaria Massa Branca). Já no segundo caso, o valor chega a R$ 13,80 (Padaria Brotfabrik).

A justificativa das padarias para a formação de preços, independentemente de serem os mais altos ou os mais baixos, é o valor agregado. Requisitos de conforto, como ar-condicionado, além de localização (aluguel do imóvel) e da força de trabalho, como os garçons, entram na conta. A pesquisa que mede a variação do nível de preços do café da manhã no Recife é o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que não avalia por bairro, mas utiliza pesquisas em vários pontos da cidade.
Segundo o coordenador da Fundação Getúlio Vargas (FGV), responsável pelo IPC, André Braz, a justificativa para os preços mais altos trabalhados em algumas padarias pode ser a inflação dos itens em separado.

“No levantamento, o conjunto de itens que formam o café da manhã é monitorado junto, quando comprado como combo. O aumento de preços do café da manhã foi de 6,22% nos últimos 12 meses. Abaixo da inflação do Recife, que ficou em 6,77%”, explicou.

Quando a questão é item por item, é possível verificar com mais clareza. Somente no cafezinho, por exemplo, o aumento foi de 13,02%. Já o sanduíche teve o preço elevado em 9,5%. “Outro condicionante para os preços trabalhados é a base de preço, que é muito baixa. Se o cafezinho passar de R$ 1 para R$ 1,50, você não deixa de consumir ainda que perceba o aumento. Mas estamos simulando uma inflação de 50%. É muito alta”, atenta Braz.

 Se é mais barato ou mais caro para o bolso, comer fora de casa tem sido escolha e até a única opção de muita gente. Os empresários Ronaldo Brayner e Márcia Diniz tomam café da manhã quase que diariamente fora de casa. Padarias, delicatessen, restaurantes que oferecem o buffet para a primeira refeição do dia são as opções. A justificativa é que, além do trabalho, a praticidade sai mais em conta para o bolso. “Se for cozinhar em casa, você tem que considerar tudo que entra no cálculo. Pão, queijo e presunto podem ser mais baratos no supermercado, mas tem que ter gás, tem que ter prato lavado, cafeteira, espremedor de laranja, água. Eu coloco tudo na conta e com isso fica mais barato comer aqui”, explicou Ronaldo.