Consumidor paga a fatura Conta de energia vai subir cerca de 20% em Pernambuco, por conta da revisão tarifária extraordinária, que foi anunciada ontem pela Aneel

ROSA FALCÃO
rosafalcao.pe@dabr.com.br

Publicação: 28/02/2015 03:00

Apague a luz e prepare o bolso. A conta de luz vai ficar em média 23,4% mais cara no Brasil a partir da próxima segunda-feira. A estimativa é que o aumento ficará em torno de 20% para os pernambucanos, incluindo a revisão tarifária extraordinaria de 2,2% da Celpe e o uso das bandeiras tarifárias, cujo impacto será em média de 18% no valor da tarifa. O preço da bandeira vermelha passará de R$ 3 para R$ 5,50 a cada 100 quilowatts-hora (kWh). O reajuste extra foi autorizado ontem pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), para as distribuidoras bancarem os custos da Conta de Desenvolvimento Econômico (CDE) e o uso de energia mais cara das térmicas, para socorrer as hidrelétricas da crise hídrica.

Não tem para onde correr. Todos os consumidores de energia pagarão mais caro. Desde a classe A à baixa renda. Das grandes indústrias ao varejo, e o setor de serviços. O efeito cascata virá, com certeza, nos preços finais dos produtos e serviços. O consultor André Crisafulli, da consultoria especializada em energia Andrade & Canelas, explica que o consumidor está pagando para fechar a conta de R$ 22,5 bilhões da CDE este ano. “São dois impactos inflacionários importantes. A tendência é o consumidor ficar mais seletivo no uso da energia”, prevê.

A revisão extraordinária será mais pesada para os consumidores do Sul, Sudeste e Centro-Oeste, em média de 28,7%. Um dos motivos é a energia gerada pela hidrelétrica de Itaipu, que foi reajustada em quase 50%. No Nordeste e Norte a média ficará em 5,5%. A Aneel autorizou o reajuste das tarifas de 58 das 63 distribuidoras de energia do país. O maior aumento de 36,4% foi da Copel (Paraná). A Celpe teve o índice médio de 2,2%, um dos menores do país. A distribuidora tem 3,4 milhões de clientes no estado.

Em nota, a Celpe informou que para os clientes de baixa tensão (residências, pequenos comércios e de baixa renda), que representam 99% dos consumidores em Pernambuco, o percentual a ser aplicado é de 1,45%. Os consumidores industriais e comerciais, atendidos em alta tensão, terão um reajuste médio nas contas de 3,88%. Vale lembrar que em abril, a Aneel vai autorizar o reajsute anual da Celpe.

Além da revisão extraordinária, a Aneel confirmou o aumento das bandeiras tarifárias em março para bancar o uso das usinas térmicas. A bandeira amarela passará de R$ 1,50 a cada 100 kWh para R$ 2,50. No caso da bandeira vermelha, o adicional passará de R$ 3 para R$ 5,50. Não há cobrança na bandeira verde. Pelas contas de André Crisafulli, o impacto médio do uso das bandeiras tarifárias é de 18% em todo do país, considerando o custo de R$ 5,50 da bandeira vermelha. Ele estima que os pernambucanos arcarão com o custo maior de 20% na conta de luz a partir de março.

Saiba mais

O aumento da energia

 Janeiro
- Iniciou o sistema de bandeiras tarifárias. Foi aplicada a bandeira vermelha, a mais cara. A cada 100 kWh o consumidor pagou R$ 3 a mais. O impacto na conta de luz foi em média de 9%.

Fevereiro
- Foi mantida a bandeira vermelha com o reajuste de 83%, passando o valor de R$ 3 para
R$ 5,50, aplicado a cada 100 kWh. O impacto na conta de luz é em média de 18%.

Março
- A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) autorizou a revisão extraordinária da tarifa de energia elétrica. O percentual autorizado para a Celpe foi de 2,2%.

Abril
-    Será autorizado o reajuste anual das tarifas da Celpe. O percentual ainda não foi definido.


Fonte: Aneel/ Andrade &Canelas Consultoria do Setor Energético