Festa de São João com menos brilho
Carga tributária e necessidade de conter gastos por conta da inflação levam o consumidor a comprar menos produtos típicos
da época junina
MARINA MEIRELES
Especial para o Diario
marinameireles.pe@dabr.com.br
Publicação: 20/06/2015 03:00
Até mesmo a canjica, o milho cozido e o pé de moleque, quitutes tradicionais da época junina, não conseguem escapar da carga tributária embutida no preço. Segundo levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), o percentual de impostos contido nos produtos típicos do São João pode superar metade do preço dos artigos consumidos nessa época do ano. Os fogos de artifício, por exemplo, lideram o ranking e chegam a ter 61,56% de impostos.
Segundo João Eloi Olenike, presidente do IBPT, a população não nota o percentual de impostos por não ter o hábito de olhar as notas fiscais das compras. “Normalmente o consumidor só fica atento ao cupom fiscal que vem junto com um certificado de garantia do produto. Apesar da lei que garante a impressão do percentual tributário nas notas fiscais, as pessoas ainda não têm o costume de prestar atenção nisso”, alerta Olenike. Ainda de acordo com o presidente do IBPT, a tributação permaneceu alta e constante durante os últimos oito anos e tem diminuído o número de produtos adquiridos pelo consumidor. “Se o valor não fosse tão alto e se não fosse repassado aos preços, certamente o consumidor compraria mais artigos para incrementar a festa junina”, explica.
É o caso da pedagoga Adriana Cabral, que vai celebrar o São João deste ano sem muitos produtos típicos na mesa. “Não estou atenta ao peso dos impostos, mas percebi que os preços estão muito altos”, afirma. “Vou levar bem menos produtos. Saí do emprego e tenho que poupar” gastos.”
Apontado pelo economista do Instituto Fecomércio-PE Rafael Ramos como um dos freios para o consumo, o desemprego também tem efeito sobre os gastos com alimentação, transporte e habitação, reduzindo ainda mais a compra de produtos. “Esses três gastos específicos causam um impacto grande no orçamento familiar. Considerando também o repasse dos insumos pelo comércio, é possível entender o motivo da baixa procura”, explica Ramos. Segundo dados da Fecomércio, houve queda de 11,9% da intenção de comemorar o São João em Pernambuco em 2015, percentual considerado alto pelo economista.
Dentro dos 65,5% que não querem passar a festa em branco, Kylma Lígia adotou uma estratégia para que o São João não perca o brilho. “Moro numa rua em que os vizinhos se unem. Estamos preparando uma festa para não pesar no bolso de ninguém”, explica.
Segundo João Eloi Olenike, presidente do IBPT, a população não nota o percentual de impostos por não ter o hábito de olhar as notas fiscais das compras. “Normalmente o consumidor só fica atento ao cupom fiscal que vem junto com um certificado de garantia do produto. Apesar da lei que garante a impressão do percentual tributário nas notas fiscais, as pessoas ainda não têm o costume de prestar atenção nisso”, alerta Olenike. Ainda de acordo com o presidente do IBPT, a tributação permaneceu alta e constante durante os últimos oito anos e tem diminuído o número de produtos adquiridos pelo consumidor. “Se o valor não fosse tão alto e se não fosse repassado aos preços, certamente o consumidor compraria mais artigos para incrementar a festa junina”, explica.
É o caso da pedagoga Adriana Cabral, que vai celebrar o São João deste ano sem muitos produtos típicos na mesa. “Não estou atenta ao peso dos impostos, mas percebi que os preços estão muito altos”, afirma. “Vou levar bem menos produtos. Saí do emprego e tenho que poupar” gastos.”
Apontado pelo economista do Instituto Fecomércio-PE Rafael Ramos como um dos freios para o consumo, o desemprego também tem efeito sobre os gastos com alimentação, transporte e habitação, reduzindo ainda mais a compra de produtos. “Esses três gastos específicos causam um impacto grande no orçamento familiar. Considerando também o repasse dos insumos pelo comércio, é possível entender o motivo da baixa procura”, explica Ramos. Segundo dados da Fecomércio, houve queda de 11,9% da intenção de comemorar o São João em Pernambuco em 2015, percentual considerado alto pelo economista.
Dentro dos 65,5% que não querem passar a festa em branco, Kylma Lígia adotou uma estratégia para que o São João não perca o brilho. “Moro numa rua em que os vizinhos se unem. Estamos preparando uma festa para não pesar no bolso de ninguém”, explica.