Real Pink vale verdinhas Moeda social já ultrapassou muros da boate Metrólope, onde foi criada, e hoje circula no comércio do entorno da casa noturna, na Boa Vista

Rosália Vasconcelos
rosaliavasconcelos.pe@dabr.com.br

Publicação: 13/06/2015 03:00

Maria do Céu diz que desde então todos os problemas relativos a pagamento se acabaram (ROBERTO RAMOS/DP/D.A PRESS)
Maria do Céu diz que desde então todos os problemas relativos a pagamento se acabaram
Fazer a economia girar e reduzir os problemas provocados pelas comandas de consumo usados em bares e restaurantes. Foi com essa proposta que nasceu a moeda social Real Pink, que está circulando há nove anos na boate Metrópole, no bairro da Boa Vista. Há cerca de um ano, começou a ser usada também em outros estabelecimentos do entorno da Rua das Ninfas e da Rua Manoel Borba, como fiteiros, bares, guardadores de carro e taxistas. Inspirado na moeda Palmas, do Banco Comunitário Palmas, operado no Ceará desde 1998, a aceitação do Pink além das paredes da Metrópole é um indicativo de que a moeda social pode ser uma ferramenta simples e eficaz de desenvolvimento da economia local e do estímulo ao consumo consciente. Clientes comemoram a iniciativa.

“Eu me incomodava com as grandes filas no final de cada noite de balada. Além disso, tínhamos problemas comuns a várias boates. Cliente que perdia a comanda magnética ou que dizia não ter consumido determinado valor eram os maiores problemas. Em outras vezes, o cartão de crédito do cliente não autorizava o pagamento, o sinal da operadora não pegava ou faltava energia elétrica. Sempre era um prejuízo, um transtorno e gerava desgaste com o cliente. Foi quando conhecemos o Palmas e resolvemos apostar na ideia”, conta a proprietária da Metrópole, Maria do Céu. Para ela, os 13 anos de existência da boate têm a contribuição do Real Pink.

A ideia inicial era criar notas semelhantes ao real. Mas percebeu-se que iria esbarrar no problema do troco quando alguma bebida custasse um valor de número ímpar e o cliente só tivesse notas de números pares. “Então um funcionário deu a sugestão de ter apenas notas de um valor, um Pink, e as bebidas custariam sempre valores múltiplos de dois”, conta do Céu. Assim, um Pink passou a custar R$ 2.

Solução
A proprietária da Metrópole diz que desde então todos os problemas relativos a pagamento se acabaram. “Conseguimos evitar as filas, otimizamos os processos e ainda fidelizamos o cliente”, comemora. Com a abertura do Santo Bar, também de propriedade de Maria do Céu, o Real Pink passou a ser utilizado no estabelecimento. 

Para a aquisição dos Pinks, há vários caixas disponíveis tanto na Metrópole quanto no Santo Bar e podem ser comprados a qualquer hora da noite. Caso o cliente não utilize todos os Pinks numa balada, é possível guardar as notas para outra ocasião, pois elas não perdem a validade. “Já teve gente que disse que só veio curtir a sexta porque descobriu alguns Pinks guardados no bolso da calça que usou outro dia.”