Grandes redes dominam mercado de farmácias Foram instaladas 100 unidades no estado nos últimos doze meses. A briga se acirrou com a entrada da Drogasil e da Drogaria São Paulo

THATIANA PIMENTEL
thatianapimentel.pe@dabr.com.br

Publicação: 09/08/2015 03:00

Grandes farmácias têm a seu favor maior estoque e a venda de não medicamentos (EDVALDO RODRIGUES/DP/D.A PRESS)
Grandes farmácias têm a seu favor maior estoque e a venda de não medicamentos
Grandes redes x farmácias individuais. Esse é o cenário da Região Metropolitana do Recife (RMR) no segmento de comércio varejista de produtos farmacêuticos, que recebeu cerca de 100 unidades nos últimos doze meses. Esse inchaço no estado se deve, em grande parte, à chegada de duas das maiores redes do Brasil – a Drogasil e a Drograria São Paulo –, que resolveram mirar nos estados do Nordeste como forma de ampliar o público consumidor. Juntas, elas respondem por 25% das lojas inauguradas em Pernambuco no último ano.

Com uma proporção de duas pequenas farmácias para cada unidade de rede e de uma farmácia para cada 2,8 mil moradores do estado, a disputa está a cada dia mais acirrada. As grandes farmácias têm a seu favor maior estoque, vendas de não medicamentos e a publicidade. Para os empreendedores locais, resta reforçar seu relacionamento com os clientes com atendimento personalizado.

“A chegada das grandes redes obriga os menores a evoluírem e buscarem inovação e maior qualidade em seus negócios. Mas a falta de um planejamento ou de conhecimento sobre a cidade está tornando o mercado confuso, porque essas redes estão abrindo unidades em áreas saturadas enquanto em alguns pontos da RMR há escassez”, afirma Ozeas Gomes, presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos de Pernambuco (Sincofarma-PE). Segundo ele, a consequência disso ainda não pode ser medida.

Para Sérgio Mena Barreto, presidente-executivo da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), a tendência de concentração do mercado é irreversível. “No Brasil, há cinco anos, tínhamos 70% de farmácias individuais e 30% de rede, como hoje em Pernambuco. Agora, são 55% de farmácias de rede e 45% individuais e é isso que deve acontecer em todos os estados.”

Segundo Barreto, o que leva as farmácias individuais a perderem espaço é a má gestão de estoque. “As farmácias pequenas sofrem do mal de não ter um estoque preparado”, completa. Ele diz que a venda de não medicamentos também impulsiona o crescimento das redes.