Muito além do pão francês... Padarias são locais preferidos para compras de vários itens pelo recifense, segundo levantamento feito em pesquisa de mercado pela Mintel

THATIANA PIMENTEL
thatianapimentel.pe@dabr.com.br

Publicação: 17/01/2016 03:00

Tempo ou dinheiro? Parece que mesmo com a crise os recifenses estão preferindo economizar o primeiro recurso. A capital de Pernambuco, dentre as principais brasileiras, é onde a população mais frequenta as padarias para compras de itens da feira mensal a até produtos de limpeza. As panificadoras são visitadas por 99% da população recifense para outros fins além de comprar pão, superando os 93% do Brasil. Por outro lado, também somos a cidade que mais consome em feiras livres, uma das que menos compra em lojas de conveniência e pouco usamos a internet como opção de varejo. Os dados foram divulgados pela Mintel, especialista em pesquisa de mercado.

André Euphrasio, analista responsável pelo estudo, acredita que o motivo para as padarias serem o varejista de alimentos e bebidas mais utilizado no Brasil e preferido pelos recifenses, seguido por pequenas mercearias e feiras, é a comodidade. “Não é que os consumidores não estão buscando preços baixos. Na verdade, as escolhas são um cruzamento entre fácil acesso, proximidade, praticidade, qualidade dos produtos e bons preços”, afirma. Segundo ele, apesar de mais caras do que outros formatos, as padarias cumprem todos esses quesitos. Além disso, também oferecem produtos frescos, como pão francês e lacticínios.

“Com a vida cada vez mais corrida e ocupada, praticidade e conveniência se tornaram fundamentais”, reforça. Quanto à “rejeição” das lojas de conveniência como canal de varejo, Euphrasio acredita que por estarem dentro de postos de gasolinas, terem menos variedade e preços realmente mais “salgados” (que cobrem os custos dos horários estendidos dessas lojas), acabam sendo uma opção apenas para compras emergenciais.

A administradora Rosineide da Silva, que frequenta padarias pelo menos quatro dias por semana, elenca ainda um outro motivo que a leva a completar as compras nas panificadoras: a quantidade das porções. “Eu moro sozinha e parece que os supermercados e hipermercados ainda não abriram os olhos para os consumidores solteiros. Os frios, principalmente, sempre vêm em grande quantidade. Na padaria, a gente encontra porções menores. Isso me ajudou a diminuir os estragos de comida em casa”, explica.

Para o aposentado Carlos Roberto Cavalcanti, que faz compras em padarias todos os dias, a qualidade dos alimentos, a maior validade (por serem mais frescos) e o atendimento personalizado superam diferenças nos preços. “Eu compro o básico nos supermercados e todos os extras como frios, bolachas, biscoitos, bolos, iogurtes e ovos, além dos pães, nas padarias. Aqui, todos os dias chegam itens frescos e novos, ao contrário dos supermercados, que têm um estoque grande e só Deus sabe desde quando os produtos estão expostos nas prateleiras.”

Quanto às compras online, o analista da Mintel afirma que, de maneira geral, ainda são baixas no Brasil, e não apenas no Recife. “É um mercado que está começando e a penetração é maior entre famílias das classes A e B. Com certeza, veremos um crescimento desse nicho nos próximos anos”, finaliza André Euphrasio.