Consulado Esloveno vai estreitar relação com PE Coquetel de abertura contará com a presença de uma comitiva formada por 17 CEOs daquele país. Evento será dia 1º de abril

Larissa Lins
larissalins.pe@dabr.com.br

Publicação: 23/02/2016 03:00

Maurício Rands, vice-presidente institucional do Diario, recebeu o cônsul Rainier Michael e Gilberto Freyre Neto (PEU RICARDO/ESP. DP)
Maurício Rands, vice-presidente institucional do Diario, recebeu o cônsul Rainier Michael e Gilberto Freyre Neto
Era 1876 quando as rendeiras eslovenas da região de Idrija formalizaram sua atividade, famosa no Leste europeu desde o século 17. Fundaram, naquele ano, a Escola de Renda Idrija, referência internacional no ramo. Trançados em algodão tecido com gancho de aço, a partir de nós, os bordados se assemelham à renda frivolité, produzida em municípios do Agreste pernambucano, como Orobó. A relação, até então restrita às rendas, deve tornar-se mais fortalecida a partir do fim de março, quando delegação de 17 CEOs eslovenos desembarcam no Recife para corroborar a inauguração do Consulado da Eslovênia na capital pernambucana. O coquetel de abertura do espaço, localizado na Ilha do Leite, ocorre no dia 1º de abril, antecedido por solenidade na Assembleia Legislativa do Estado de Pernambuco, no dia 31 de março.

Fruto de negociações introduzidas nos primeiros meses de 2015, a inserção eslovena em Pernambuco reforça as relações diplomáticas entre Brasil e Eslovênia, estabelecidas em 1992 e marcadas pela abertura da Embaixada do Brasil em Liubliana, em 2008, e pela abertura da Embaixada da Eslovênia em Brasília, em 2010. “Isso reforça a condição do Recife como novo foco de investimentos eslovenos no Nordeste”, explica Rainier Michael Herbert de Souza, antes cônsul honorário, que agora assume oficialmente o cargo de cônsul da Eslovênia em Pernambuco. Para ele, além do intercâmbio de produtos e serviços, o turismo e as produções culturais do Nordeste brasileiro e do Leste europeu se aproximam – e se fortalecem – com o novo vínculo. Produtos como açúcar, cachaça, álcool, gesso, artesanato e confecções (vestuário) estão na lista dos mais promissores, segundo o diplomata, na futura relação econômica entre os portos de Suape, em Pernambuco, e Koper, na Eslovênia.

O setor
de economia criativa – que afeta diretamente polos de confecção como Toritama e Santa Cruz do Capibaribe, no Agreste do estado – é um dos mais visados pela delegação eslovena escalada para visitar o Recife. “Por que não estreitar os laços entre as rendeiras de Passira e as de Idrija, por exemplo?”, sugere Gilberto Freyre Neto, coordenador da Fundação Gilberto Freyre e peça-chave na mediação entre diplomatas eslovenos e pernambucanos nos últimos anos. O grupo esloveno, composto por 17 CEOs – membros da Young Executives Society (YES), a Sociedade de Jovens Executivos e Empreendedores da Eslovênia – passará quatro dias no Recife, entre 30 de março e 3 de abril, visitando centros econômicos e pontos turísticos da região, como o Complexo Industrial Portuário de Suape, o Cais do Sertão e o Instituto Ricardo Brennand.

A prestação de serviços brasileiros para empresas eslovenas, a organização de missões empresariais Pernambuco-Eslovênia e a promoção de políticas públicas voltadas para a preservação do meio ambiente (Liubliana é a capital-verde da Europa) estão entre as missões a cargo de Rainier Michael, como parte da estratégia do governo esloveno para desenvolver a Economic Diplomacy (diplomacia econômica) entre os países. A Eslovênia possui cerca de 2 milhões de habitantes e PIB estimado em US$ 47,99 bilhões em 2013.