O Dia das Mães este ano pode perder seu posto de segunda melhor data do varejo, ficando em terceiro lugar no ranking do comércio de Pernambuco, atrás do Natal e do combo Dia dos Namorados e São João. O cenário desanimou até os lojistas, que não abriram nenhum domingo anterior à data, no caso do comércio do Centro, e que também não investiram em sorteios de prêmios especiais, no caso da maioria dos shoppings centers da Região Metropolitana do Recife. Para confirmar os temores do setor, a Fecomércio Pernambuco divulgou ontem sua pesquisa de expectativa do varejo e dos consumidores para o segundo domingo de maio que revela queda de 8,4% nas vendas deste ano. Nesse universo, o comércio tradicional, mais popular, terá maior retração, podendo ter quedas de 10,8%. Nos shoppings, a redução nas vendas esperada é de 3%.
Rafael Ramos, economista do Instituto Fecomércio, afirma que o cenário dá pouca margem para outra expectativa. “Com a retração do consumo, não faz diferença abrir aos domingos ou fazer grandes promoções ou premiações. Na verdade, em 2015, o varejo local já testou essas estratégias e teve pouco resultado”, afirma. Segundo ele, com a instabilidade política e econômica é difícil vencer o medo do consumidor. “Houve uma perda grande de postos de trabalho em Pernambuco este ano. Em 2015, o cenário já foi de queda, mas a taxa ficou em 0,9%. O que vemos é que estamos num ano bem pior para o varejo. Com a queda do consumo, quem mais sofre é o comércio”, completa.
Ricardo Galdino, presidente da Associação de Lojistas de Shopping de Pernambuco (Alshop-PE), também concorda com os números da Fecomércio e adianta que 2016 será um ano nulo para o varejo. “Queremos pular para 2017, mas isso não é possível. Mas o resumo da opera é que o ano já está muito prejudicado para o comércio. Os lojistas estão segurando demissões. Está difícil.” Uma das provas da dificuldade no segmento é que os shoppings não farão contratações para ampliar o atendimento na data comemorativa.
A pesquisa da Fecomércio aponta que o gasto médio dos moradores da RMR será de R$ 194.  O estudo mostra ainda a perda do interesse da população em comemorar o Dia das Mães. Em 2015, a proporção dos que comemoravam foi de 78,4%. Este ano, o indicador caiu para 77%. Dos que vão comemorar, apenas 79,9% devem comprar presentes, contra 86,2% em 2015.