A expansão da P&G no Nordeste Grupo planeja a construção de um Centro de Distribuição no município de Itapissuma. No futuro, a área também pode abrigar uma fábrica

ROCHELLI DANTAS
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Publicação: 31/05/2016 03:00

Pernambucano Alberto Carvalho é o primeiro brasileiro à frente do grupo no Brasil (P&G/DIVULGAÇÃO)
Pernambucano Alberto Carvalho é o primeiro brasileiro à frente do grupo no Brasil
A Procter & Gamble (P&G) – dona das marcas Gillette, Pampers, Pantene e Ariel, entre outras – está focando as estratégias de vendas no Nordeste. O plano de expansão do negócio teve início em 2014 e agora começa a se solidificar. Recentemente, o grupo inaugurou a nova sede do escritório multifuncional do Recife, que antes funcionava em uma área alugada. Com sede própria, a rede volta as atenções para ações de consolidação do negócio e já dá os primeiros passos no planejamento da construção do Centro de Distribuição (CD), que funcionará em um terreno já adquirido em Itapissuma. Se os planos seguirem como esperado, após a operação do CD, o estado pode contar com uma fábrica do grupo.

“A área do CD é bem maior do que precisamos para distribuição. Então, a intenção já foi dada na compra da área. Agora, tudo depende das vendas no Norte e Nordeste para justificar”, afirma o presidente da P&G no Brasil, o pernambucano Alberto Carvalho. O terreno em questão possui cerca de 500 mil metros quadrados. A empresa não divulga números de crescimento, mas o executivo dá pistas do potencial da região Nordeste na empresa. “A região representa 25% da população e 15% do PIB do país. Para nós, está no meio do caminho: acima do PIB, mas não chega ao percentual da população. Então temos uma grande oportunidade de continuar crescendo. Mas ainda temos uns quatro ou cinco anos neste processo.”

A escolha de Pernambuco como sede do primeiro escritório fora de São Paulo, onde está instalada a operação central da P&G, foi, principalmente, devido à localização estratégica e à infraestrutura. “Escolhemos Pernambuco por ser mais central para o Nordeste, ter boa infraestrutura. Também é visível o salto que deu em termos econômicos. Além disso, há uma boa malha aérea e o Porto de Suape”, diz Carvalho. Hoje, a P&G realiza a distribuição dos produtos utilizando o modal rodoviário e também marítimo. Por isso, há a necessidade de um porto eficiente próximo ao centro de distribuição.

Custo
“O modal marítimo tem um custo importante e é mais seguro. A desvantagem é o tempo que leva. Tem que haver um maior planejamento para usar o marítimo, que é menos flexível. Para reagir há um aumento de demanda, por exemplo. Temos que alinhar os dois”, pontua o executivo, que assumiu o cargo em 2012.
É o primeiro brasileiro a presidir a companhia. Segundo ele, três pilares norteiam sua direção: inovação, capilaridade e investimento em produção e distribuição.
“Nos últimos três trimestres crescemos dois dígitos. No olho do furacão da crise, estamos conseguindo manter este nível de crescimento. Para isso, focamos em valor agregado porque cresce o negócio dos clientes e o nosso.”

Segundo Alberto Carvalho, o grupo está trazendo inovação nas marcas principais e percebe que o consumidor do Nordeste anseia por inovação. “O aumento do poder do compra da região, registrado nos últimos anos, tornou o público mais criterioso e que consome produtos melhores. É isso que queremos proporcionar”, ressalta. Entre as oportunidades vislumbradas neste ano, a realização da Olimpíada é a grande aposta. A empresa é uma das patrocinadoras do evento e aposta nesta divulgação para aproximar as marcas dos consumidores. “Que a Olimpíada nos traga oportunidades”, finaliza Carvalho, que se preparava para carregar, hoje, a tocha olímpica em um trecho do Recife, sua cidade natal.