Entre mil e uma possibilidades Cada vez menores e mais baratas, as impressoras 3D que estão no mercado prometem uma transformação nos processos de produção

THATIANA PIMENTEL
thatianapimentel.pe@dabr.com.br

Publicação: 24/07/2016 03:00

O garoto Tatu, skatista que anda com seu inseparável iPod, é um projeto de sucesso do Blackzebra Studio, empresa de terceirização de arte com sede no Recife. Agora, Tatu será um boneco real, com possibilidade de comercialização. Este é o primeiro produto físico derivado de uma arte feito pelo Blackzebra e demonstra apenas uma das variadas aplicações das impressoras 3D. As máquinas, cada vez menores e mais baratas, prometem uma transformação nos processos de produção de indústrias e empreendimentos de qualquer tamanho. Em Pernambuco, as mudanças já começaram.

“Estamos na fase de testes, mas nosso objetivo é ampliar nosso mercado trazendo a arte dos games para colecionadores. É um novo produto. Compramos uma máquina 3D há pouco tempo, mas sabemos que várias artes têm potencial e podem ser trabalhadas em uma escala maior”, revela Antônio Medeiros, sócio fundador do estúdio. Com clientes como a Sony Online Entertainment e a Just Cause 2, Medeiros acredita que os protótipos têm maior potencial de conquistar grandes clientes, até internacionais. “Ter um produto em mãos já é uma boa forma de mostrar nossos modelos. Com a impressora, podemos fazer ajustes, trabalhar melhor o produto final e ainda expor de forma prática o nosso conceito”, completa.

A Blackzebra é apenas um exemplo da penetração das impressoras 3D no mercado pernambucano. Para a brasileira Cliever, fabricante das máquinas, o Nordeste representa 8% do volume de negócios da empresa e, na região, Pernambuco é o terceiro maior em representatividade, com 13% de participação. Estão à frente a Bahia (27%) e o Ceará (23%). Rodrigo Krug, o presidente da empresa, explica que o aumento dos usos e, consequentemente, das possibilidades da tecnologia de impressão 3D está relacionado aos preços das máquinas, que ficaram bem menores nos últimos meses.

“Já temos em nosso portfólio pequenas máquinas por R$ 5,8 mil, R$ 32 mil. Com elas, podemos explorar mercados iniciais, startups e até médias empresas. O custo de produção é muito pequeno e os setores são inúmeros. Com uma máquina é possível fazer teste de qualquer design, acessórios, objetos decorativos, peças automobilísticas e até próteses”, diz Krug. Para aumentar a penetração das máquinas, a Cliever está, inclusive, buscando parcerias com grandes indústrias locais e hospitais para pesquisas. “Temos interesse em parceiros no polo de Goiana, em Suape, no Porto Digital e no C.E.S.A.R. Queremos desenvolver novas possibilidades para essa tecnologia e sabemos que Pernambuco é o local certo para isso.”