Refinaria vai retomar obras Conselho de Administração da Petrobras aprovou ontem a reavaliação do projeto da unidade de abatimento de emissões, que compõe trem de refino

ROCHELLI DANTAS
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Publicação: 23/07/2016 03:00

A Petrobras vai retomar o processo de licitação para conclusão da unidade de abatimento de emissões (SNOX) e demais obras de complementação do Trem 1, que se refere à primeira das duas etapas do projeto dos dois trens de refino de petróleo. A reavaliação do projeto foi aprovada ontem pelo Conselho de Administração da estatal. O anúncio já era aguardado. A Refinaria tem até o final deste mês para dar algum seguimento a licitação para escolha da empresa que fará a finalização do SNOX, sob o risco de perder o licenciamento concedido pela Agência de Meio Ambiente de Pernambuco (CPRH).

A construção foi suspensa depois do início das investigações da Operação Lava-Jato, realizada pela Polícia Federal. A Petrobras tem até outubro de 2017 para entregar a unidade. Se descumprir, a Licença de Operação (LO) em vigor não será renovada e a estatal poderá ser penalizada com multa de até R$ 7,5 milhões.

“A Refinaria Abreu e Lima obteve a LO após o monitoramento realizado entre 1º de março e 2 de junho do corrente avaliar que a qualidade do ar medido satisfaz os padrões exigidos pelo Conama. A LO permite que a Rnest opere com o refino de até 100 mil barris/dia. A CPRH aguarda até o dia 31 de julho o envio da autorização de serviço referente à implantação da SNOX”, afirma em nota a agência.

A operação da refinaria teve início no final de 2014. Em janeiro deste ano, foi concluído o processo de homologação do aumento do volume de processamento da refinaria de 74 mil para 100 mil barris de petróleo/dia, atingindo 87% da capacidade de 115 mil barris/dia. Em nota, a Petrobras acrescentou que a decisão final sobre a melhor estratégia para implantação do Trem 2 ocorrerá no âmbito da aprovação do próximo Plano de Negócios e Gestão (PNG), “com base em análise integrada do portfólio de projetos da companhia e conforme as projeções de mercado, além dos seus limites da capacidade de financiamentos.”

A construção da Rnest empregou mais de 40 mil pessoas. Em 2014, o empreendimento entrou em fase de montagem. Com isso, as desmobilizações se intensificaram. A retomada da construção é bastante aguardada por pernambucanos que buscam uma oportunidade no mercado de trabalho.

Em março, o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias da Construção de Estrada, Pavimentação e Obras de Terraplenagem em Geral no Estado de Pernambuco (Sintepav-PE) realizou uma ação e recebeu mais de oito mil currículos de interessados em participar de seleção quando as obras forem retomadas. “Estamos montando o banco de currículos mas continuamos sem informação sobre o processo licitatório”, disse o diretor financeiro do Sintepav-PE, Leodelson Bastos.

A operação plena da Refinaria era esperada para 2015. O prazo agora é 2019, segundo o último balanço das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).