Alternativa à vacância em shoppings
Tacaruna convidou loja para ocupar vaga em mall, com custos mais baixos, de forma temporária. Esta tendência cresce entre os centros de compras
THATIANA PIMENTEL
thatianapimentel.pe@dabr.com.br
Publicação: 26/08/2016 03:00
Makossa é uma loja coletiva, que reúne quatro marcas: F.A.G. Ramifica, Baby Sills e o designer Fernando Viana |
Esse formato de contratação de lojas, com custos mais baixos e menos obrigações que as do contrato padrão de shoppings, cujo prazo é de 60 meses, está crescendo em Pernambuco e aponta uma adequação dos centros de compras à atual retração. Com uma taxa de vacância (relação entre o número de lojas vagas e o número total) de 5% a 20%, os novos contratos, mesmo que temporários, garantem receitas extras para os shoppings e ainda dinamizam o mix de serviços, o que ajuda a atrair e fidelizar clientes. Do ponto de vista dos lojistas, as temporárias são a oportunidade de expandir a marca e conquistar novo público. Hoje, já aderiram a esse modelo os shoppings Recife, Guararapes, Tacaruna, Plaza e RioMar.
Sandra Arruda, superintendente do Tacaruna, afirma que os contratos temporários já são fortemente utilizados nos centros de compras norte-americanos e trazem novidades para os malls. “Os shoppings precisam se atualizar e hoje o consumo é fast-fast, muito rápido, então precisamos estar sempre renovando nossas lojas e serviços. Também precisamos de alternativas para encontrar formatos que continuem agregando. Com os temporários, descobrimos novos negócios, mais artesanais e diferentes do mix tradicional”, reforça Ele ressalta, entretanto, que o modelo não deve tomar grandes proporções dentro dos shoppings locais.
A opinião é dividida com Hélio Azevedo, superintendente do Paço Alfândega. Para ele, se a ideia dos malls forem maquiar a vacância, esse contrato não é a melhor opção. “É uma prática arriscada que deve ter como regra a busca de novos lojistas. Quando temos contratos atípicos é porque acreditamos que determinadas lojas devem estar em nosso shopping, não é simplesmente para ocupar um espaço vago”, completa.
Ricardo Galdino, presidente da Associação de Lojistas de Shopping de Pernambuco (Alshop-PE), também vê com cautela os novos contratos. “Os lojistas precisam ter cuidado com os riscos e o investimento. Sempre vale a pena que eles busquem um advogado para dar uma olhada no contrato antes do fechamento. O temporário pode sair caro”, afirma. Entre as questões que, para Galdino, exigem atenção, estão a multa em caso de desistência antes do previsto, tempo mínimo de permanência e os custos de montar a loja.
No caso da Makossa, Osman Frazão garante que o contrato compensou. “O custo de montagem foi zero, porque estamos acostumados a trabalhar em feiras com estandes montados para dois dias, então conseguimos nos acomodar com um investimento pequeno e estamos tendo um bom retorno nas vendas e na divulgação do nosso trabalho.”