Queda pelo 18º mês consecutivo

Publicação: 27/10/2016 03:00

Brasília – O Brasil tem registrado, há um ano e meio, o encerramento de vagas de trabalho com carteira assinada. Em setembro, a quantidade de demissões superou as contratações em 39,3 mil. No cenário de crise econômica, setembro foi o 18º mês consecutivo em que o país demitiu mais trabalhadores do que contratou. As perdas mais significativas de vagas em setembro foram registradas no Rio de Janeiro (-23.521 vagas) e São Paulo (- 21.853 postos). Apesar do resultado negativo, o saldo foi melhor que o registrado em setembro de 2015, quando as demissões superaram as contratações em 95,6 mil – o pior resultado para o mês na série histórica do Ministério do Trabalho, iniciada em 1992.

Para o Ministério do Trabalho, a melhoria do resultado em relação a setembro de 2015 indica “continuidade na trajetória de recuo de perda de postos de trabalho com carteira assinada no país”. Desde abril, o ritmo de fechamento de postos de trabalho vem sendo menos intenso na comparação com o mesmo mês do ano anterior. Ainda assim, o resultado de 2016, no acumulado do ano, continua a bater recorde negativo. De janeiro a setembro, foram fechadas 683,6 mil vagas. É o pior resultado da série histórica do governo, que para o acumulado do ano tem início em 2002. Em 2015, o saldo negativo acumulado nos nove primeiros meses do ano foi de 562,2 mil. Em 12 meses, o país acumula uma perda de 1,6 milhão de vagas formais.

Setores
Depois de amargar 17 meses consecutivos de fechamentos de vagas, a indústria de transformação se destacou em setembro, com uma abertura de 9,3 mil postos de trabalho. No mesmo mês de 2015, o setor tinha fechado 10,9 mil postos de trabalho. O resultado do mês passado foi puxado, principalmente, pelo comportamento positivo na área de produtos alimentícios e bebidas, que teve um saldo positivo de 15,2 mil vagas. De acordo com o Ministério do Trabalho, esse comportamento reflete principalmente a atividade de fabricação de açúcar.

Além da indústria de transformação, o comércio foi o outro setor que, no mês de setembro, teve um saldo positivo. As contratações superaram as demissões em 3,9 mil. A construção civil, por outro lado, foi a maior responsável pelas demissões no mês passado, com um saldo negativo de 27,6 mil. Em seguida, aparece o setor de serviços, com um corte de 15,1 mil. A agricultura respondeu por um saldo negativo de 8,2 mil.