Estado é campeão em vagas formais Setor da cana-de-açúcar ajuda e Pernambuco registra em setembro o maior saldo de postos de trabalho com carteira assinada em todo o país

ANDRÉ CLEMENTE
andre.clemente@diariodepernambuco.com.br

Publicação: 27/10/2016 03:00

Pelo segundo mês consecutivo, Pernambuco foi o estado que mais criou empregos formais no país. Em setembro foram gerados 15,7 mil postos de trabalho com carteira assinada – em agosto tinham sido 9.035. O desempenho positivo do estado vai na contramão do comportamento nacional, que registrou o fechamento de 39 mil empregos formais no mês passado. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados ontem pelo Ministério do Trabalho.

A justificativa para Pernambuco ter fechado setembro no azul é que o estado é diretamente beneficiado com o ciclo da cana-de-açúcar, que vai da plantação até o beneficiamento. Somente na indústria de transformação, foram 8,2 mil empregos, sendo mais de 6 mil na produção de açúcar bruto e refinado. Já o cultivo foi responsável por 5,3 mil empregos no mês passado, contribuindo para os mais de 7 mil empregos criados em setembro no setor de agropecuária.

De acordo com o coordenador geral de estatísticas do trabalho do Ministério do Trabalho, Mário Magalhães, várias componentes da economia foram importantes para o resultado na geração de empregos, mas a importância da cana-de-açúcar foi determinante. “O ciclo da cana é sazonal, mas compensou, inclusive, as quedas de setores como a construção civil e serviços. A cana puxou tudo para cima, do cultivo à produção de açúcar e de álcool”, destacou.

Ainda segundo Magalhães, o desempenho do setor também foi importante para ajudar o Nordeste a fechar como a região que mais empregou em setembro. “É surpreendente. E apesar de ser sazonal, o que pode resultar em uma mudança na curva de geração de empregos lá na frente, já provocou um dinamismo na economia, já empregou, já gerou renda e, no futuro, responde positivamente no setor de serviços, principalmente no comércio”, complementou o representante do Ministério do Trabalho.

No ranking de estados, liderado por Pernambuco, Alagoas ocupou o segundo lugar, com saldo de 13,3 mil vagas formais. Na terceira posição ficou Santa Catarina, com 3,5 mil postos de trabalho gerados. Em relação ao acumulado do ano e ao resultado dos últimos 12 meses, os números ainda refletem o mau momento do Brasil. As contratações com carteira assinada ainda são superadas fortemente pelas demissões no estado.

“São 31,9 mil empregos a menos em Pernambuco de janeiro a setembro deste ano e mais de 57 mil cortados nos últimos 12 meses. O principal foco das demissões ainda é a construção civil, que caiu também em setembro. Foram mais de 800 postos cortados, fruto da queda de demanda da construção de residências, também resultado de restrição de renda e de crédito”, pontuou Mário Magalhães.