Empresas aéreas estudam a rota

Publicação: 11/02/2017 09:00

Como já realizou voos comerciais, de companhias como BRA e Noar, não era de surpreender que Caruaru estivesse na rota de companhias em operação atualmente. A Azul Linhas Aéreas, que implantou um Hub de conexões no Recife, é uma delas. Além de transporte de passageiros, levou para a cidade a vontade de transportar cargas, demanda garantida pelo polo de confecções do Agreste, que atrai compradores do Brasil inteiro e movimenta um raio de mais de 50 cidades centralizadas em Caruaru. A Gol, ainda que distante, também tem os olhos para o município, mas a longo prazo. Para a empresa, firmar parcerias com companhias com aeronaves de menor porte poderia encurtar esse período. Para ambas, a falta de atenção para o aeroporto é o entrave.

Há pouco menos de um ano, Davis Maia, da gerência de vendas de cargas da Azul Linhas Aéreas, indicava o caminho. “Caruaru está no nosso cronograma. Depende de infraestrutura”. A ocasião era uma apresentação do interesse da Azul em mobilizar a companhia para uma demanda real. Presentes, além do ex-prefeito de Caruaru José Queiroz (PDT) e o então secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado, Thiago Norões, estavam representantes empresariais de várias cidades do polo têxtil, como Santa Cruz do Capibaribe e Toritama.

Edilson Tavares, empresário do ramo de lavanderias e que em outubro se elegeu prefeito de Toritama, ressaltou as vantagens, caso seja validado o modal para a região, por meio de Caruaru. “Algumas cidades criam um comércio e uma cultura econômica a partir do aeroporto. Uma conexão com o Aeroporto de Caruaru seria praticamente dentro da feira, o grande centro de comércio da região”, apontou. “A demanda existe. Clientes e compradores vão adotar esse modal aéreo, por conta do ganho de tempo e de segurança”, acrescentou.

Ainda na ocasião, o diretor da Azul pontuou que a escolha por modais rodoviários por transporte de cargas, muitas vezes, não tem grandes diferenças de preço e representam muito no custo-benefício. “Chega-se mais rápido e com segurança para trabalhar. A redução de riscos de perda de mercadorias, assaltos em estradas e afins são pontos considerados na composição de custos e têm valor”, ressaltou. Procurada pelo Diario, a Azul não quis comentar os planos para Caruaru.

O diretor executivo da Gol Linhas Aéreas, Alberto Fajerman, afirmou que depende do poder público definir onde será dada a infraestrutura para que haja investimentos pelo setor privado. Ele foi enfático em afirmar que, “nos próximos dois anos e meio, não há planos para Caruaru.”

“Existem dois motivos para não haver voos da companhia em um aeroporto. A falta de infraestrutura para voos e demanda, principalmente em aeroportos de escala regional, aqueles de até 600 mil passageiros por ano. Nós trabalhamos com aeronaves de 178 lugares e não há essa condição em Caruaru, pelo menos, nesses dois anos e meio”, afirma.

A companhia apresentou ao Senado um plano de interesse em 44 cidades que possuem aeroportos regionais para o processo de ampliação de malha aérea. Caruaru está na lista. A estratégia, por sua vez, poderia ser firmar parcerias com companhias menores, que atendem com aeronaves de porte inferior. “Temos parcerias com Passaredo, que trabalha com voos de 70 lugares para nove cidades. Pode servir para Caruaru, caso um estudo de demanda considere positivo. E aí seria um voo Caruaru-Recife, de onde partiriam conexões para Congonhas, em São Paulo, Belém ou Brasília. Outra oportunidade seria de voos de 15 ou 20 lugares. Tudo pode ser estudado”, considerou.