Cresce número de Jovens Aprendizes
Acima da média nacional, a admissão nesse segmento no Nordeste foi de 69%, com destaque para Pernambuco: 88,6%
GABRIELA ARAÚJO
especial para o Diario
gabriela.araujo@ diariodepernambuco.com.br
Publicação: 08/04/2017 03:00
O cenário de crise econômica, que afetou em cheio o mercado de trabalho formal, sobretudo do Nordeste, com dificuldades em segurar as demissões e retomar as contratações, ajudou a colocar a região na principal posição de admissão de Jovens Aprendizes. Comparado o primeiro bimestre deste ano com o de 2016, constata-se um aumento de 69% nas contratações, com destaque para Pernambuco: 88,6% - a média nacional é de 12,4%. Os dados são do Ensino Social Profissionalizante (Espro), organização sem fins lucrativos que se dedica à capacitação e inserção no mercado de trabalho de jovens a partir de 14 anos e em situação de vulnerabilidade.
Segundo a gerente regional do Espro, Marcela Toledo, o alto número de admissão de jovens aprendizes nas empresas do Nordeste se dá principalmente por causa das demandas da crise, que exigem outras vertentes para o mercado de trabalho. “Estão enxergando novas formas de empregabilidade. Eu vejo como uma oportunidade de negócios”, diz.
No Nordeste e em Pernambuco, o setor de serviços é o que mais contrata, contrastando com uma queda de admissões nas indústrias. De acordo com Marcela, está havendo uma mudança de perfil do jovem que procura os programas de aprendizagem. Antes, era comum que as vagas fossem ocupadas pelos mais novos. Atualmente, com a crise econômica, muitas empresas diminuíram a contratação de estagiários. Os estudantes passaram a ver o Jovem Aprendiz como uma alternativa para entrar no mercado de trabalho. Daqui para frente, Marcela acredita que o número de admissões de jovens aprendizes continue em alta.
Estudante de administração, Sueli Lima, 23 anos, está atuando como jovem aprendiz pela segunda vez. O início foi em 2012, quando nem estava na faculdade. Ela conta que uma assistente social estava ofertando um curso gratuito no Shopping Plaza e, a partir dele, fez seleção para entrar em algumas empresas. Foi aprovada no processo seletivo de uma empresa de calçados, bolsas e bijuterias que tinha loja no centro comercial. Atuava como auxiliar de vendas. “Foi minha primeira experiência no mercado de trabalho. Para mim, foi muito bom, porque as pessoas me acolheram muito bem”, conta.
Sueli foi contratada e passou cinco meses trabalhando na empresa, que, em seguida, entrou em processo de falência. Cerca de um ano depois, surgiu a oportunidade de ela ser Jovem Aprendiz em uma empresa de construção, onde atua na área administrativa. “Fico no RH e, às vezes, no financeiro, vai variando”, explica. O contrato tem duração de um ano e seis meses. São quatro horas por dia. Para ela, a principal vantagem é que sobra tempo para estudar, diferentemente do que aconteceria em um emprego, por exemplo.
O estudante de administração Jhonathan Hebert Alves, 19, segue o mesmo caminho. “Em julho de 2016, eu comecei. Tinha terminado o ensino médio e não estava fazendo nada, só academia pela manhã. Um dia, encontrei um pertence de uma mulher do Ministério do Trabalho. Devolvi naturalmente”, conta. A mulher, cuja identidade foi preservada, trabalhava com o programa Jovem Aprendiz e o convidou a assistir palestras sobre o tema. Jhonathan aceitou, cadastrou-se no programa, foi indicado para fazer a seleção e aprovado.
Para Jhonathan, a experiência como Jovem Aprendiz contribui com seu aperfeiçoamento como profissional. Quando ele entrou no processo de aprendizagem, não tinha decidido qual curso fazer e nem se ia entrar na faculdade. Mas quando começou, resolveu cursar administração.
O programa
Quais os requisitos para ser um Jovem Aprendiz?
Quais as diferenças entre estágio e aprendizagem?
Segundo a gerente regional do Espro, Marcela Toledo, o alto número de admissão de jovens aprendizes nas empresas do Nordeste se dá principalmente por causa das demandas da crise, que exigem outras vertentes para o mercado de trabalho. “Estão enxergando novas formas de empregabilidade. Eu vejo como uma oportunidade de negócios”, diz.
No Nordeste e em Pernambuco, o setor de serviços é o que mais contrata, contrastando com uma queda de admissões nas indústrias. De acordo com Marcela, está havendo uma mudança de perfil do jovem que procura os programas de aprendizagem. Antes, era comum que as vagas fossem ocupadas pelos mais novos. Atualmente, com a crise econômica, muitas empresas diminuíram a contratação de estagiários. Os estudantes passaram a ver o Jovem Aprendiz como uma alternativa para entrar no mercado de trabalho. Daqui para frente, Marcela acredita que o número de admissões de jovens aprendizes continue em alta.
Estudante de administração, Sueli Lima, 23 anos, está atuando como jovem aprendiz pela segunda vez. O início foi em 2012, quando nem estava na faculdade. Ela conta que uma assistente social estava ofertando um curso gratuito no Shopping Plaza e, a partir dele, fez seleção para entrar em algumas empresas. Foi aprovada no processo seletivo de uma empresa de calçados, bolsas e bijuterias que tinha loja no centro comercial. Atuava como auxiliar de vendas. “Foi minha primeira experiência no mercado de trabalho. Para mim, foi muito bom, porque as pessoas me acolheram muito bem”, conta.
Sueli foi contratada e passou cinco meses trabalhando na empresa, que, em seguida, entrou em processo de falência. Cerca de um ano depois, surgiu a oportunidade de ela ser Jovem Aprendiz em uma empresa de construção, onde atua na área administrativa. “Fico no RH e, às vezes, no financeiro, vai variando”, explica. O contrato tem duração de um ano e seis meses. São quatro horas por dia. Para ela, a principal vantagem é que sobra tempo para estudar, diferentemente do que aconteceria em um emprego, por exemplo.
O estudante de administração Jhonathan Hebert Alves, 19, segue o mesmo caminho. “Em julho de 2016, eu comecei. Tinha terminado o ensino médio e não estava fazendo nada, só academia pela manhã. Um dia, encontrei um pertence de uma mulher do Ministério do Trabalho. Devolvi naturalmente”, conta. A mulher, cuja identidade foi preservada, trabalhava com o programa Jovem Aprendiz e o convidou a assistir palestras sobre o tema. Jhonathan aceitou, cadastrou-se no programa, foi indicado para fazer a seleção e aprovado.
Para Jhonathan, a experiência como Jovem Aprendiz contribui com seu aperfeiçoamento como profissional. Quando ele entrou no processo de aprendizagem, não tinha decidido qual curso fazer e nem se ia entrar na faculdade. Mas quando começou, resolveu cursar administração.
O programa
Quais os requisitos para ser um Jovem Aprendiz?
- Ter entre 14 e 24 anos;
- Estar matriculado/ter concluído o ensino médio ou estar cursando a graduação;
- Se inscrever em uma entidade certificadora do programa Jovem Aprendiz como o Espro, Senai e Ciee.
Quais as diferenças entre estágio e aprendizagem?
- A principal característica que os difere é a forma de contratação. O estagiário não possui vínculo empregatício e pode ser remunerado ou não, enquanto o aprendiz é contratado com registro CLT;
- Os dois programas beneficiam os jovens, pois são, na maioria das vezes, o primeiro acesso para o mercado de trabalho.
- Durante quatro dias por semana ele realiza atividades práticas na empresa (70% do programa);
- Durante um dia da semana, realiza atividades teóricas na instituição certificadora do programa (30% do programa);
- As atividades realizadas dentro da empresa vão de acordo com a função e área de atuação que a empresa decide colocar o jovem.
- Legalmente, ele deve receber registro CLT, salário e vale-transporte;
- Oferecer vale-alimentação, assistência médica, assistência odontológica, seguro de v ida, auxílio educação e refeitório varia de acordo com cada empresa.