Inflação menor para março desde 2012
IPCA ficou em 0,25%. No acumulado de 12 meses, resultado, de 4,57%, foi o menor desde agosto de 2010
Publicação: 08/04/2017 03:00
A inflação oficial do país, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), fechou março em 0,25%, com queda de 0,08 ponto percentual em relação ao percentual de fevereiro (0,33%). É a menor taxa já registrada para os meses de março desde 2012, quando atingiu 0,21%. Com o resultado, a inflação acumulada no primeiro trimestre de 2017 é de 0,96%, que também é a menor taxa de toda a série histórica (não se levando em conta as mudanças na moeda). No primeiro trimestre de 2016, o IPCA acumulado foi de 2,62%.
A inflação dos últimos 12 meses é de 4,57%, próximo ao centro da meta, de 4,5%. Foi a menor taxa em 12 meses desde agosto de 2010. Em fevereiro, a principal influência de alta foi o preço da energia elétrica, que passou a embutir a bandeira amarela para custear térmicas em março e subiu 4,43%, com impacto de 0,15 ponto percentual no indicador.
“O primeiro trimestre de 2016 havia apresentado taxas muito altas, principalmente sob influência dos alimentos. Com a retirada desses elementos, o que a gente vê é a inflação em 2017 indo ladeira abaixo”, disse a coordenadora de índices de preços do IBGE, Eulina Nunes dos Santos. Ela lembra que, pelo segundo mês consecutivo, a inflação em 12 meses ficou na casa dos 4%. “Significa que o Brasil está entrando em patamares mais baixos de inflação”, comentou a economista.
Os resultados de março sofreram impacto da queda no preço da gasolina, que foi reduzido pela Petrobras duas vezes neste ano e ficou 2,21% mais barato nas bombas em março, segundo o instituto. O etanol também apresentou queda, de 5,10%. Passagens aéreas continuaram em queda (-9,63%), embora em ritmo menor do que no mês anterior. Assim, o grupo transportes teve queda de 0,86% no mês, contra alta de 0,24% em fevereiro.
Juntos, gasolina, etanol e passagens tiveram uma contribuição negativa de 0,18 ponto percentual no IPCA de março. O telefone fixo foi outra contribuição negativa para o índice, com queda de 2,24% no mês, contribuindo para a queda de 0,63% no grupo Comunicações. O grupo de vestuário também teve queda, de 0,12%, no mês - foi a segunda vez consecutiva. “Significa que as pessoas não estão comprando”, disse a coordenadora do IBGE.
Já os alimentos, que seguraram a inflação em fevereiro, voltaram a apresentar alta, de 0,34%. De acordo com Souza, já há um impacto da Páscoa, que provoca alta nas vendas de ovos, cujos preços subiram 5,86%, batata-inglesa (5,08%) e pescado (3,43%). Além disso, o início da entressafra no leite levou a um aumento de preços de 2,60%.
Para abril, diz Souza, a inflação deve ser beneficiada pela redução temporária nas tarifas de energia, para devolver ao consumidor recursos arrecadados de forma incorreta em 2016 para o pagamento de energia de Angra 3. A energia elétrica tem um peso de 3,33% na composição do IPCA e, se a queda ficar em 10%, o impacto negativo seria de 0,33 ponto percentual. Por outro lado, há perspectivas de pressões de reajustes nas tarifas de água e esgoto em Recife e Curitiba, e nas passagens de ônibus em Porto Alegre, Recife, Campo Grande, e de metrô no Rio. (Da redação com agências)
A inflação dos últimos 12 meses é de 4,57%, próximo ao centro da meta, de 4,5%. Foi a menor taxa em 12 meses desde agosto de 2010. Em fevereiro, a principal influência de alta foi o preço da energia elétrica, que passou a embutir a bandeira amarela para custear térmicas em março e subiu 4,43%, com impacto de 0,15 ponto percentual no indicador.
“O primeiro trimestre de 2016 havia apresentado taxas muito altas, principalmente sob influência dos alimentos. Com a retirada desses elementos, o que a gente vê é a inflação em 2017 indo ladeira abaixo”, disse a coordenadora de índices de preços do IBGE, Eulina Nunes dos Santos. Ela lembra que, pelo segundo mês consecutivo, a inflação em 12 meses ficou na casa dos 4%. “Significa que o Brasil está entrando em patamares mais baixos de inflação”, comentou a economista.
Os resultados de março sofreram impacto da queda no preço da gasolina, que foi reduzido pela Petrobras duas vezes neste ano e ficou 2,21% mais barato nas bombas em março, segundo o instituto. O etanol também apresentou queda, de 5,10%. Passagens aéreas continuaram em queda (-9,63%), embora em ritmo menor do que no mês anterior. Assim, o grupo transportes teve queda de 0,86% no mês, contra alta de 0,24% em fevereiro.
Juntos, gasolina, etanol e passagens tiveram uma contribuição negativa de 0,18 ponto percentual no IPCA de março. O telefone fixo foi outra contribuição negativa para o índice, com queda de 2,24% no mês, contribuindo para a queda de 0,63% no grupo Comunicações. O grupo de vestuário também teve queda, de 0,12%, no mês - foi a segunda vez consecutiva. “Significa que as pessoas não estão comprando”, disse a coordenadora do IBGE.
Já os alimentos, que seguraram a inflação em fevereiro, voltaram a apresentar alta, de 0,34%. De acordo com Souza, já há um impacto da Páscoa, que provoca alta nas vendas de ovos, cujos preços subiram 5,86%, batata-inglesa (5,08%) e pescado (3,43%). Além disso, o início da entressafra no leite levou a um aumento de preços de 2,60%.
Para abril, diz Souza, a inflação deve ser beneficiada pela redução temporária nas tarifas de energia, para devolver ao consumidor recursos arrecadados de forma incorreta em 2016 para o pagamento de energia de Angra 3. A energia elétrica tem um peso de 3,33% na composição do IPCA e, se a queda ficar em 10%, o impacto negativo seria de 0,33 ponto percentual. Por outro lado, há perspectivas de pressões de reajustes nas tarifas de água e esgoto em Recife e Curitiba, e nas passagens de ônibus em Porto Alegre, Recife, Campo Grande, e de metrô no Rio. (Da redação com agências)
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