Contrato custa R$ 800 milhões

Publicação: 16/06/2017 03:00

O contrato com o LFB (Laboratório Francês de Fracionamento e Biotecnologia) custa R$ 800 milhões ao Brasil todos os anos e encerra quando o governo brasileiro passar a produzir em Goiana. Além disso, a União gasta cifras expressivas todos os anos para importar os medicamentos albumina, imunoglobulina, fatores de coagulação VIII e IX, complexo protrombínico e fator de Von Willebrand, que são distribuídos gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para tratamento de brasileiros com problemas de coagulação (como hemofilia), Aids e imunodeficiências primárias, vítimas de grandes queimaduras ou em tratamento de terapia intensiva.

Em nota, o Ministério da Saúde informou que a Hemobrás continuará realizando a produção de hemoderivados no país, já que com a proposta ela receberá investimentos suficientes para adaptar e finalizar as obras na fábrica em construção. “O Ministério esclarece ainda que busca uma solução para a política de sangue do país, levando em consideração todos os investimentos públicos já realizados até o momento”, finaliza o texto.

Já a Hemobrás disse que está disponível a discutir alternativas que visem a consolidação da política nacional de sangue e se traduza em benefício no tratamento de doenças e coagulopatias que necessitem de medicamentos hemoderivados e recombinantes. “Um possível plano de parcerias e de investimentos ainda está em uma fase inicial de análise e qualquer debate é precipitado”, conclui o texto.

A Hemobrás ajustou o cronograma de entrega para 2019, cinco anos de atraso da previsão inicial. O parque fabril começou a ser erguido em 2010.

O vice-governador e secretário de Desenvolvimento Econômico do estado, Raul Henry, disse estar surpreso com a possível modificação no projeto. “A princípio, a iniciativa parece atentar contra o bom senso, os interesses da Hemobrás e, em última análise, do próprio governo federal, a quem a empresa está ligada”, disse Raul.

O representante estadual diz ainda que, segundo a direção da estatal, os recursos necessários para concluir a planta de fracionamento de plasma somam cerca de U$ 230 milhões e a do fator recombinante algo próximo a US$ 140 milhões. “A própria direção da empresa afirma que há potenciais investidores privados interessados na parceria. Diante disso, soa ainda mais estranho a possibilidade de investimento em outras regiões”, enfatizou.