Investir no treinamento de funcionários tem sido uma alternativa encontrada por grandes empresas para garantir os empregos e estimular os funcionários a manter a carreira dentro do negócio. Os incentivos vão desde capacitações, oferecidas de acordo com a função exercida - ou com a promoção que se almeja -, até o fornecimento de bolsas em universidades. A Ambev, por exemplo, ampliou em 15% o valor investido no ano passado na formação profissional dos funcionários. Ao todo, o montante chegou a R$ 46 milhões, com a realização de 36 mil treinamentos.

“O que buscamos é que as pessoas entendam que podem ser donos do negócio. Elas podem ser sócias, quando forem sendo promovidas. Temos um plano de carreira que prevê o crescimento. Quando o funcionário é contratado, ele já sabe quais os treinamentos e formações que precisa ter para conquistar as promoções”, afirma a gerente da Universidade Ambev, Larissa Fontenelle. Desde sua criação, há mais de 20 anos, o dinheiro destinado à Universidade Ambev para capacitar colaboradores e formar líderes já soma R$ 370 milhões.

Atualmente, a universidade é dividida em três eixos de atuação - Liderança e Cultura, Conhecimento Técnico e Método - e os treinamentos abrangem as áreas de vendas, supply (industrial), marketing, operações, logística, administrativo e financeiro, entre outras.

Em média, os treinamentos têm duração de seis horas, divididos entre presencial e e-learning. As capacitações variam de acordo com a função de cada funcionário. Foi assim com o supervisor de contas, Carlos Luis da Silva. Há 14 anos na indústria, ele foi inicialmente contratado como vendedor. “Fui entendendo o negócio, me capacitando e há dois anos conquistei o cargo de supervisão”, diz. Além das capacitações internas, o funcionário conquistou uma bolsa para a faculdade de direito, que deve ser concluída no próximo semestre. “Ainda almejo chegar a gerente de vendas regional. O que estou aprendendo eu levo para meu dia a dia. É um crescimento profissional e pessoal”, enfatiza.

Os treinamentos também são uma prioridade no polo automotivo Jeep, em Goiana. Todos os funcionários ao entrarem no projeto passam por uma capacitação para conhecer a missão, valores e visão da empresa. “A partir daí, tem a trajetória de treinamentos. Em cada área tem centros de treinamentos, com simulações da área produtiva, questão de segurança e cuidados em cada etapa. É um primeiro contato. Na linha de produção tudo será acompanhado e os gestores vão indicando novos treinamentos”, explica o gestor de RH da Jeep, Caio Duarte.

Segundo o Plant Manager da unidade, Glauber Fullana, a academia corporativa é um trabalho contínuo. “Na descrição da carreira é realizada o plano de desenvolvimento da pessoa. Buscamos sempre entender onde estão as brechas e as necessidades dos funcionários”. A estrutura de cursos mais curtos e diretos foi implantada na unidade pernambucana e adotada como padrão em toda a América Latina.

‘Em 2014, também iniciamos uma troca de experiência com as unidades do grupo no Brasil e no exterior. Foram 70 pessoas enviadas para treinamento e que hoje são multiplicadores. São líderes que vão mostrando qual o caminho que devem seguir”, conta o especialista em WCM da unidade, Diego Pinheiro.