Conta necessária antes de fechar o contrato

Publicação: 22/07/2017 03:00

Na contratação dos créditos universitários é preciso muita atenção às condições de pagamento, carência e juros porque a dívida pode comprometer a renda e a qualidade de vida do estudante formado. Para o economista Alexandre Jatobá, o ideal é fazer as contas na ponta do lápis, simular situações de pagamento, avaliar o valor do salário médio de um profissional recém-formado, avaliar o valor médio dos aumentos das mensalidades durante o curso, buscar o custo efetivo total final (contando com as taxas e juros) e quitar os semestres financiados assim que possível. Quem busca o financiamento para toda a graduação e não apenas para parte dela (um ou dois semestres), segundo o economista, deve insistir nas vagas do Fies.

“O essencial é que esse estudante leia o contrato atentamente e não comprometa mais que 35% da sua renda com o pagamento do financiamento (vale pesquisar no mercado o salário de um recém-formado na área da graduação). Quando as linhas usarem o valor das mensalidades vigentes na época do pagamento como condição, que é o caso de muitas, vale verificar o quanto essas mensalidades sobem por ano buscando os valores dos últimos anos”, afirma. No cálculo deverá entrar também o valor do salário do profissional recém-formado e possíveis custos do contrato. No caso dos contratos em que a cada trimestre o aluno deve pagar R$ 150 para abater os juros, o economista adianta que a taxa já é de R$ 50 por mês. “Numa mensalidade de R$ 1 mil com financiamento de 50% (R$ 500), essa condição de pagamento trimestral já indica juros de 10% ao mês, que são bem altos”, reforça.

O professor também alerta que quem já trabalha ou tem pais que podem ajudar deve fazer a simulação de um empréstimo consignado antes de usar uma linha de financiamento estudantil, uma vez que o valor básico do consignado, hoje, fica no máximo em 2% ao mês, diferentemente de créditos como o do Bradesco, que podem chegar a 2,56% ao mês. “Acho que os financiamentos estudantis que existem hoje no Brasil acabam sendo mais vantajosos apenas que o cheque especial e o cartão de crédito, porque, em resumo, os juros não são baixos.” Ele acrescenta, porém, que o investimento, quando possível, vale a pena. “O importante é saber o que está fazendo, buscar o melhor negócio e não desistir da graduação.”