Manga e uva na mira dos russos Supermercados da francesa Auchan na Rússia acreditam que frutas do Vale do São Francisco vão melhorar a logística e reduzir os custos

SÁVIO GABRIEL
savio.gabriel@diariodepernambuco.com.br

Publicação: 25/08/2017 03:00

Salvador - Pernambuco está na mira da Auchan, uma rede francesa de supermercados que ocupa a terceira posição no mercado varejista da Rússia. De olho nas frutas que são exportadas pelas empresas do Vale do São Francisco, no Sertão, representantes da empresa visitaram a região nesta semana com a intenção de fazer negócios no estado. Com mais de 200 unidades espalhadas pelo território russo, os executivos têm interesse específico na importação de manga e de uva.

“As negociações ainda estão no início. Nosso escritório em Moscou identificou esse comprador em potencial e eles vieram conhecer a região”, explicou Armando Peixoto, gerente do escritório da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) no Recife. Como as negociações ainda estão em curso, ele ressaltou que ainda não se sabe quanto a empresa está disposta a investir e a quantidade de frutas que seriam exportadas. A informação foi dada durante a nona edição do Encontro Nacional de Editores, Colunistas, Repórteres e Blogueiros (Enecob), realizada em Salvador.

O interesse dos russos pelas empresas do Vale do São Francisco é motivado por uma questão de melhoria logística e redução de custos. Atualmente, a Auchan compra frutas da Holanda, país que concentra um centro de distribuição desse tipo de mercadoria. Nesse formato, os produtos são adquiridos a um preço mais alto e a durabilidade dos insumos é reduzida devido ao tempo de transporte até o território russo. “Recentemente, houve um investimento grande do governo da Rússia de instalar uma câmara frigorífica em Moscou, então os varejistas não vão mais comprar dos distribuidores. As frutas de Petrolina vão direto para as prateleiras dos supermercados”, disse Peixoto.

Para estudar a melhor estratégia, um representante de uma empresa de logística que fará o transporte das frutas participou da agenda no Sertão. Ele está estudando uma nova rota marítima a partir do Brasil. Também participaram da comitiva o analista do escritório da Apex em Moscou, Diego Sturdze, além do diretor da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas), Jorge Souza. Em Petrolina, os executivos visitaram algumas fazendas, como a Finobrasa e a Tambaú. Ontem, eles passaram o dia realizando reuniões de negócios com outras empresas da região.

Dados da Apex mostram que, somente em 2015, a Rússia importou US$ 9,7 milhões do Brasil em frutas, especificamente manga e goiaba. Naquele ano, o Brasil respondia por 53,7% das importações dessas frutas para o território russo.