Reforma terá novo texto terça Depois de reunião de quase duas horas com presidente e equipe econômica do governo, relator disse que vai simplificar cobrança de impostos no país

Publicação: 19/08/2017 03:00

Depois de quase duas horas de reunião com o presidente Michel Temer e a equipe econômica do governo no Palácio do Planalto, o relator da reforma tributária, deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR), reafirmou, nessa sexta-feira, que apresentará o seu texto com as propostas para simplificar a cobrança de tributos no país na próxima terça-feira.

Além de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para alterar o sistema tributário, deputado avalia que será necessário aprovar pelo menos outros 11 projetos que regulamentarão o novo modelo proposto por ele, com a criação de um imposto único sobre o consumo - o IVA, conforme modelo europeu -, além do Imposto de Renda, dos impostos sobre propriedade e a contribuição previdenciária.

“Repeti pela 71ª vez a palestra que venho fazendo pelo país sobre a importância da reforma tributária e o presidente Temer ouviu até o fim. Os ministros também elogiaram o conceito por trás da proposta”, disse o deputado, ao deixar a reunião.

Os ministros Henrique Meirelles, da Fazenda, e do Planejamento, Dyogo Oliveira, estavam na reunião, mas não propuseram mudanças ao texto do relator. O secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, não participou do encontro. Segundo Hauly, as ideias do governo devem entrar em uma emenda aglutinativa assim que a proposta for aprovada na comissão especial da reforma e seguir para o plenário da Câmara.

“Me comprometi a não apresentar a proposta no primeiro semestre, enquanto se debatiam as reformas trabalhista e da Previdência, mas agora posso apresentá-las. Acredito que haja uma convergência no parlamento em torno desse projeto, que é suprapartidário e tem o objetivo de resgatar a competitividade do país”, disse. O ministro Dyogo Oliveira também já deixou o Planalto, mas Meirelles continuou reunido com Temer. Em visita ao Diario no mês passado, Carlos Hauly deixou claro que a reforma não é nem do governo, nem de oposição, mas “dos 14 milhões de desempregados, dos trabalhadores que perderam renda e dos empresários que estão em concordata”. “De 1981 até agora, o Brasil cresceu menos que a média mundial. E a grande pergunta é: por que o Brasil não cresce? Qual é a trava? É alguma maldição? Eu asseguro, com base no meu conhecimento: o que não deixa o Brasil crescer, prosperar e distribuir renda são as inadequações, impropriedades e inconsistências no sistema tributário”, afirmou o deputado. (Da redação com AE)