Estado tem prejuízo de R$ 24 mi com notas falsas Crimes contra a ordem tributária foram cometidos pelas transportadoras Transmulambo e Caneta

Vitor Nascimento
Especial para o Diario
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Publicação: 21/09/2017 03:00

O balanço da Operação Destinos Cruzados, da Polícia Civil em conjunto com a Secretaria da Fazenda do Estado de Pernambuco (Sefaz/PE), foi divulgado na manhã de ontem apresentando um prejuízo de cerca de R$ 24 milhões ao estado notas fiscais falsificadas. Os crimes contra a ordem tributária foram cometidos por duas transportadoras, cujos nomes de fantasia são Transmulambo e Caneta.

Após nove meses de investigação, foi identificado que esses negócios, através de seus proprietários, emitiam notas fiscais falsas e as enviavam a empresas que não existiam fisicamente. Segundo as informações divulgadas, 33 empresas ativas adquiriam as cargas dessas empresas laranjas.

Na operação, foram apreendidos quase R$ 2 milhões em produtos sem notas fiscais em 29 empresas fiscalizadas, além de quatro caminhões de grande porte, uma arma de fogo calibre 38 no sítio pertecente a um dos donos das empresas, computadores, pen drives, várias mídias e documentos que irão subsidiar as investigações. Mais de R$ 180 mil em espécie e quase R$ 70 mil em cheques foram confiscados. Entre os proprietários das Transmulambo e Caneta, responsáveis por liderar essa associação criminosa, Márcio Vicente de Teixeira Lima foi preso, já Alzier Cesário de Lima continua foragido. Além deles, outras seis pessoas foram presas e seis encaminhadas à delegacia por condução coercitiva.

De acordo com a Polícia Civil, somente em nome das empresas fantasmas foram emitidas quase 400 notas fiscais falsificadas, o que representa um prejuízo de cerca de R$ 24 milhões ao estado. O delegado de Crimes contra a Ordem Tributária, Germano Cunha, afirmou que essa prática possibilitou que os reais adquirentes fizessem caixa 2 a partir do momento em que esses produtos adentravam nos estabelecimentos sem qualquer nota. “Por consequência, essa ação possibilitava que eles fizessem a revenda sem nota fiscal.”

Para o diretor de Operações Estratégicas da Sefaz/PE, Cristiano Dias, a ação do grupo foi feita de forma sofisticada. “Essas transportadoras fingiam que levariam a mercadoria, que em sua maioria eram de bebidas, para outros estados que não são signatários da substituição tributária, como Bahia e Alagoas. Mas, na verdade, elas desviavam o destino desse produtos”, explica.

Segundo a Secretaria da Fazenda, nos últimos cinco anos a movimentação de cargas para empresas laranjas foi de R$ 340 milhões em Pernambuco e na Bahia. Foram identificadas 51 instituições fantasmas das quais 19 operavam com as transportadoras investigadas pela operação desta semana. Cerca de 59 tiveram a preferência de serem adquirentes desses negócios que não existem físicamente, só em cadastros.