FMI: país só terá superávit em 2021

Publicação: 12/10/2017 03:00

O Fundo Monetário Internacional (FMI) alterou suas projeções sobre as contas públicas para o Brasil e agora aponta que o país só alcançará superávit primário em 2021, quando atingirá 0,2% do Produto Interno Bruto (PIB), destacou o documento Monitor Fiscal. Em abril, o FMI previu pelo mesmo relatório que o Orçamento alcançaria resultado positivo em 2020, quando chegaria a 0,7% do PIB.

Em relação ao resultado primário, o Fundo agora prevê um desempenho menos robusto até 2022 do que o fez há seis meses. Para 2017, a estimativa de déficit primário subiu um pouco, de 2,3% para 2,5% do PIB. Mas a partir de 2018, a correção tem ritmo menor, pois passou de um resultado negativo de 1,1% para 2,3% do PIB. Para 2019, a estimativa de déficit subiu de 0,2% para 1,8%. Em 2020, a previsão de superávit de 0,7% tornou-se agora um déficit de 0,8%. Em 2022, o país deverá registrar o segundo ano de superávit do Orçamento, mas a estimativa baixou de 1,6% para 0,8% do PIB.

Um fato registrado nesta edição do Monitor Fiscal é que não foi feita nenhuma citação sobre a importância de mudanças estruturais relativas às contas públicas, especialmente a reforma da Previdência, para conter o avanço das despesas federais. Contudo, o FMI faz uma menção sobre o tema fiscal numa abordagem macroeconômica no documento Perspectiva Econômica Mundial divulgado terça-feira. Naquele relatório, a instituição multilateral frisou que “a gradual recuperação de confiança - com a implementação ao longo do tempo de reformas fundamentais para assegurar a sustentabilidade fiscal - é projetada para elevar o crescimento para 2% no médio prazo.”

O FMI também exibe em suas projeções até 2022 uma piora das previsões para o déficit nominal e dívidas públicas bruta e líquida. No caso do déficit nominal, o FMI também elevou um pouco sua projeção para 2017 como proporção do PIB, de 9,1%, apontado em abril, para 9,2%. No entanto, para 2018 o número subiu de 7,5% para 9,3%, avançou em 2019 de 6,5% para 8,8% e aumentou em 2020 de 5,5% para 8,3%. Em 2021, a estimativa subiu de 5,0% para 7,6% e em 2022 passou de 4,4% para 7,3%.

Nas estatísticas do Fundo, a dívida pública bruta apresenta agora um incremento de 13,5 pontos porcentuais do PIB entre 2017 e 2022, uma alta duas vezes maior do que o incremento de 6,6 pontos porcentuais do PIB previsto em abril para o mesmo período. (AE)