Mais parcerias com os árabes e os africanos Delegação dos dois países está visitando Pernambuco para conhecer as potencialidades de negócios

Publicação: 20/10/2017 03:00

Uma missão conjunta de 35 representantes dos países árabes e africanos desembarcou em Pernambuco para conhecer de perto o que podem gerar de acordos para expandir ou criar negócios. Ontem, em um primeiro dia de reuniões com gestores de estado e de empresas, os setores de fruticultura, principalmente do Vale do São Francisco, e o polo de tecnologia do Porto Digital entraram nos interesses dos estrangeiros. Hoje, o grupo visita o complexo de Suape para conhecer a estrutura do principal equipamento do comércio exterior. A priori, a ideia é conhecer o ambiente e trabalhar acordos futuros, mas já sinalizam a ampliação da exportação de frutas pernambucanas.

De acordo com o presidente da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, Rubens Hannun, o estreitamento das relações é importante porque gera movimentação financeira em médio e longo prazos. “Essa ação de aproximar os agentes dos países mobiliza potenciais acordos, negócios, parcerias. Pernambuco e países árabes movimentam US$ 450 milhões por ano e o potencial de crescimento é alto. Essa aproximação cultural, de parcerias na área da educação, na troca de experiência com universidades têm reflexo direto na relação comercial a ser feita. O comércio não vem antes da relação se aproximar.” Segundo ele, os árabes são compradores com alto potencial e podem gerar a demanda do estado. “Pernambuco pode exportar mais para lá. Vamos conhecer outras frutas, mas o abacaxi tem mercado. O agronegócio é um setor a ser visto mais de perto”, afirmou.

O embaixador da República de Angola, Nelson Cosme, diz que há janelas de oportunidades em diversos setores e que podem agregar valor aos países da África e da Arábia, mas não cravou qualquer investimento. “A visita ao Porto Digital nos faz pensar em como podemos aumentar as parcerias na área de tecnologia ou no campo científico. O transporte marítimo e o aéreo também. Os voos entre África e Brasil são basicamente por Rio de Janeiro e São Paulo. Como no Nordeste é pouco, vemos oportunidades de preencher esses espaços vazios. Já temos empresas africanas presentes aqui, como a Angola Cables, e Pernambuco tem empresas lá, como a Queiroz Galvão. Vamos avaliar o que temos para ver a possibilidade de expandir.”

O governador Paulo Câmara recebeu a comitiva ontem no Palácio do Campo das Princesas e ressaltou o fato de ser o primeiro estado a receber a missão. “Eles estão conhecendo Pernambuco. É uma delegação grande vendo nosso potencial e impressionada com nossa forma de trabalhar. Amanhã (hoje) vão a Suape. Com certeza após a visita deve haver protocolos, parcerias e um futuro de bons negócios. A partir de agora é observar os pontos que convergem e buscar conversas, que ocorrem de forma bilateral”, destacou o governador.