Brasil gasta mais com servidor que outros países
Causa não é excedente de funcionários, mas remuneração acima da média dos funcionários públicos
Publicação: 22/11/2017 03:00
OBrasil gasta mais com funcionalismo que os EUA, Portugal e França. Em relatório divulgado ontem, o Banco Mundial mostra que os gastos do país com servidores (de todas as esferas de governo) alcançaram 13,1% do PIB em 2015 (último dado disponível). Há dez anos, o número era de 11,6%, o que colocava o Brasil atrás dos europeus. Outros países desenvolvidos, como Austrália e EUA, gastam consideravelmente menos - a massa salarial equivale a cerca de 9% do PIB.
O gasto superior do Brasil não se deve a um inchaço ou excedente de funcionários a serviço da população, segundo o Banco Mundial. Mas sim à remuneração acima da média dos servidores, principalmente os funcionários do serviço público federal. Segundo dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT), reunidos pelo banco, no Brasil, 5,6% da população empregada estão no setor público. Nos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), entre os quais os mais ricos do mundo, o percentual é de quase 10%.
“Isso indica que o motivo de a massa salarial do setor público brasileiro ser tão alta é o elevado custo dos servidores públicos (altos salários), em vez do excessivo número de servidores”, afirma relatório.
Segundo levantamento do Banco Mundial com base nos dados do IBGE, o setor público paga em média salários 70% mais elevados do que os pagos pela iniciativa privada formal - R$ 44 mil contra R$ 26 mil por ano - e quase três vezes mais do que recebem os trabalhadores informais (R$ 16 mil anuais). “O governo federal paga salários ainda mais altos. Com base em dados de 2016, os militares brasileiros recebem, em média, mais do que o dobro pago pelo setor privado (R$ 55 mil por ano), e os servidores federais civis ganham cinco vezes mais que trabalhadores do setor privado (R$ 130 mil por ano). A remuneração média por funcionário é excepcionalmente alta no Ministério Público Federal (R$ 205 mil por ano), no Poder Legislativo (R$ 216 mil por ano) e no Poder Judiciário (R$ 236 mil por ano)”, diz o relatório.
Os servidores federais estão no topo da pirâmide de renda do Brasil: 93% do funcionalismo civil do governo federal fazem parte dos 40% mais ricos da população brasileira. Sete em cada dez desses funcionários integram o grupo dos 10% mais ricos do país.
Se controlados os efeitos de nível educacional, cor e gênero, o funcionário público do governo federal tem um prêmio salarial 67% superior ao de semelhantes do setor privado. É o maior prêmio pago a servidores públicos num grupo de 53 países e superior ao de todas as nações da OCDE. No caso dos servidores estaduais, ainda há um prêmio salarial de 30% sobre semelhantes da iniciativa privada. Apenas entre os funcionários das prefeituras é que o prêmio desaparece: ganha-se quase a mesma coisa no setor público ou no setor privado. (Folhapress)
O gasto superior do Brasil não se deve a um inchaço ou excedente de funcionários a serviço da população, segundo o Banco Mundial. Mas sim à remuneração acima da média dos servidores, principalmente os funcionários do serviço público federal. Segundo dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT), reunidos pelo banco, no Brasil, 5,6% da população empregada estão no setor público. Nos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), entre os quais os mais ricos do mundo, o percentual é de quase 10%.
“Isso indica que o motivo de a massa salarial do setor público brasileiro ser tão alta é o elevado custo dos servidores públicos (altos salários), em vez do excessivo número de servidores”, afirma relatório.
Segundo levantamento do Banco Mundial com base nos dados do IBGE, o setor público paga em média salários 70% mais elevados do que os pagos pela iniciativa privada formal - R$ 44 mil contra R$ 26 mil por ano - e quase três vezes mais do que recebem os trabalhadores informais (R$ 16 mil anuais). “O governo federal paga salários ainda mais altos. Com base em dados de 2016, os militares brasileiros recebem, em média, mais do que o dobro pago pelo setor privado (R$ 55 mil por ano), e os servidores federais civis ganham cinco vezes mais que trabalhadores do setor privado (R$ 130 mil por ano). A remuneração média por funcionário é excepcionalmente alta no Ministério Público Federal (R$ 205 mil por ano), no Poder Legislativo (R$ 216 mil por ano) e no Poder Judiciário (R$ 236 mil por ano)”, diz o relatório.
Os servidores federais estão no topo da pirâmide de renda do Brasil: 93% do funcionalismo civil do governo federal fazem parte dos 40% mais ricos da população brasileira. Sete em cada dez desses funcionários integram o grupo dos 10% mais ricos do país.
Se controlados os efeitos de nível educacional, cor e gênero, o funcionário público do governo federal tem um prêmio salarial 67% superior ao de semelhantes do setor privado. É o maior prêmio pago a servidores públicos num grupo de 53 países e superior ao de todas as nações da OCDE. No caso dos servidores estaduais, ainda há um prêmio salarial de 30% sobre semelhantes da iniciativa privada. Apenas entre os funcionários das prefeituras é que o prêmio desaparece: ganha-se quase a mesma coisa no setor público ou no setor privado. (Folhapress)