Outdoor social gera renda extra no estado Somando todos os pernambucanos beneficiados, total pago às famílias pelo projeto foi de R$ 75,9 mil

GABRIELA ARAÚJO
Especial para o Diario
gabriela.araujo@diariodepernambuco.com.

Publicação: 04/11/2017 03:00

Projeto criado para ajudar economicamente moradores de comunidades do Brasil, o Outdoor Social já gerou um total de R$ 75.934,10 de renda extra em Pernambuco. A empresa, que tem sede em São Paulo, instala outdoors que divulgam campanhas de iniciativas públicas e privadas nas fachadas das casas dos moradores. Cada um recebe cerca de R$ 100 por isso. A iniciativa começou em 2012 na Rocinha, no Rio de Janeiro, e chegou ao Nordeste em 2015. Entre o ano passado e este ano já foram realizadas dez campanhas em Pernambuco, incluindo 13 comunidades de Recife e oito de Olinda. Considerando o Brasil inteiro, o projeto já beneficiou mais de 30 mil moradores e gerou mais de R$ 2 milhões em renda.

De acordo com Emília Rabello, fundadora do Outdoor Social, a meta para o próximo ano é que as ações do projeto passem a representar um acréscimo de 20% na renda anual dos moradores que integram a rede.  Os líderes comunitários também são beneficiados. Eles são pessoas selecionadas para mediar  o processo de instalação das campanhas com os moradores, e devem conhecer bem os locais, identificar com facilidade pontos de grande fluxo e as pessoas dispostas a fazer parte da rede. Os líderes recebem por ponto publicitário instalado e desinstalado, já que também é responsabilidade da empresa enviar as placas para cooperativas de reciclagem após o fim do trabalho. Em uma campanha, normalmente o líder fica responsável por três a cinco comunidades, e recebe entre R$ 3 mil e R$ 5 mil.

O Outdoor Social divulga campanhas de interesse público, que buscam gerar a conscientização sobre doenças específicas e oportunidades educativas, como a inscrição do Enem. Um exemplo de campanha social que o Recife recebeu neste ano foi a da tuberculose. Cerca de 44 placas com informações sobre a doença foram instaladas nas casas dos moradores. O bairro de Casa Amarela foi um dos contemplados.  A estudante de pedagogia Jáfia Elisama Ferreira, de 29 anos, considera que as campanhas que tratam de temas relacionados à saúde são as melhores. “É interessante pelo fato de que as placas ficam por um tempo à vista. Se as pessoas passarem por ali dez vezes, leem as dez”, comenta. Normalmente as campanhas ficam nas casas por um período de um mês. Dependendo do impacto social,  ficam o dobro desse tempo.

O projeto também divulga campanhas de cunho exclusivamente publicitário, como a da marca Schin, que atualmente está sendo exibida em Casa Amarela, Ibura, Jordão e Ibura de Baixo. Ao todo, 14 placas foram instaladas, e cada morador vai receber R$ 160. Os locais são selecionados de acordo com o seu poder de consumo. A casa de Jáfia foi uma das contempladas. Normalmente ela utiliza o dinheiro para suprir alguma necessidade, mas deixa claro que prefere quando a campanha tem o objetivo de conscientização. A mãe de Jáfia, Vasti Ferreira, 57, já trabalhou na área de saúde e concorda com a filha. E, para ela, o que importa não é só o dinheiro que elas recebem. “É muito bom porque as pessoas param, olham, anotam, procuram saber sobre o assunto e se informam melhor”.

“É interessante pelo fato de que as placas ficam por um tempo à vista. Se as pessoas passarem por ali dez vezes, leem as dez”
Jáfia Ferreira, estudante de pedagogia sobre  campanhas de saúde