PIB só é melhor que o do México e Dinamarca Melhora no terceiro trimestre consecutivo, entretanto, é algo que não acontecia em mais de quatro anos

Publicação: 02/12/2017 03:00

A economia brasileira engatou o terceiro trimestre consecutivo de melhora do PIB, algo que não acontecia em mais de quatro anos, mas o resultado continua distante do obtido por seus pares internacionais. Segundo dados apresentados nessa sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o resultado de 0,1% entre julho e setembro sobre igual período de 2016, praticamente de estabilidade, coloca o país em 37º entre 40 países que já divulgaram o PIB do terceiro trimestre (sempre na comparação com os três meses imediatamente anteriores). O país só não ficou abaixo do México e da Dinamarca, além de igualar o o desempenho da Lituânia.

O PIB mexicano teve uma contração de 0,3%, a primeira em quase dois anos, com a economia abalada por temor e pela passagem de furacão no período. Já a Dinamarca registrou queda de 0,6%, a primeira queda desde 2015 e maior em mais de cinco anos. O desempenho brasileiro ficou bem abaixo dos obtido pelos sul-americanos Chile (alta de 1,5%) e Colômbia (0,8%) ou de emergentes asiáticos como Tailândia (1%), China (1,7%) e Malásia (1,8%).

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou ontem em rede social que a alta do PIB entre julho e setembro “pode parecer” baixa, mas que é forte sem a agricultura, que caiu por razões típicas do período. A alta veio abaixo da esperada pelo mercado, que apostava em um crescimento de 0,3%. “O crescimento do PIB entre julho e setembro, de 0,1% contra o trimestre anterior, pode parecer baixo, mas é forte se analisado por setores. Sem a agricultura, que caiu por razões sazonais, o crescimento foi de 1,1%”, declarou o ministro em rede social.

O IBGE também constatou que a alta de 2,2% no consumo das famílias do terceiro trimestre em relação ao terceiro trimestre do ano passado foi a maior nessa comparação desde o quarto trimestre de 2014, quando havia subido 2,8%. Já o avanço de 7,6% nas exportações no terceiro trimestre ante igual período de 2016 é o maior desde o primeiro trimestre de 2016, quando subiram 13,0% ante o primeiro trimestre de 2015.

Pela ótica da oferta, a indústria foi destaque do terceiro trimestre. O avanço de 0,4% no PIB industrial na comparação com o terceiro trimestre de 2016 interrompeu uma sequência de 13 trimestres no vermelho. Nessa base de comparação, foi a maior variação desde o primeiro trimestre de 2014, quando subiu 3,9%. (AE)