Tecon prevê investir US$ 90 mi em Suape Administração do Terminal de Contêiner deseja, porém, a revisão do contrato de arrendamento

KAUÊ DINIZ e ROCHELLI DANTAS
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Publicação: 15/12/2017 03:00

O Terminal de Contêiner de Suape (Tecon Suape) solicitou recentemente à Secretaria Especial de Portos uma revisão do contrato de arrendamento do empreendimento localizado no Complexo Industrial Portuário de Suape. O pleito da diretoria do equipamento diz respeito, principalmente, a dois pontos. O primeiro é o requilíbrio do contrato de arrendamento, assinado em 2001 e, sendo assim, estaria defasado. Outro ponto é a adaptação do documento à nova lei dos portos. O argumento é de que os termos contratuais foram elaborados tomando como base a antiga lei e se tornaram defasados com a entrada em vigor da nova legislação, em 2013. Com esses reequilíbrios dos contratos, a diretoria prevê um investimento de US$ 90 milhões nos próximos anos.

“O que acontece é que o Tecon está sendo administrado por um contrato de concessão que data de 2001 e esse contrato precisa ser adaptado às novas circunstâncias do mundo e da região. O contrato tem duração de 30 anos, mas está dentro da velha lei dos portos. É uma lei que tem algumas desvantagens para os concessionários que estejam lá. Mas o mais importante que tem que ser visto no contrato é que as condições comerciais, no momento que foi assinado, foram completamente diferentes e o mercado reagiu de uma forma completamente diferente ao que é hoje. O contrato ficou fora de tempo com a realidade. Isso tem que ser reavaliado”, afirma o diretor-presidente do Tecon Suape, Javier Ramirez.

O executivo assumiu a presidência do Tecon há apenas três meses e diz que um dos principais objetivos da gestão é posicionar o terminal pernambucano como o mais eficiente do Brasil. Com pelo menos 540 funcionários, o Tecon Suape possui mais de 900 metros de cais e capacidade de armazenamento de 650 mil TEUs (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés) por ano. Em 2017, foram movimentados pelo menos 470 mil TEUs. O montante representa um incremento de 14% na movimentação.

Apesar do crescimento, segundo Ramirez, um dos principais desafios é aumentar as operações internacionais dentro do terminal. “O Tecon Suape, ou melhor, o Porto de Suape, foi concebido tomando como base os planos de ser um hub port, de distribuição de carga mundial. Acontece que o desenvolvimento portuário na costa leste do Brasil foi impressionante em São Paulo e nos portos de Santa Catarina. Então o destino do Tecon Suape foi diferente do que foi concebido originalmente. Hoje, 35% da operação é de cabotagem, ou seja, são cargas originalmente do Brasil e vêm para o Nordeste. Mas existe, sim, um grande potencial e vamos atrás”.