Busca por desempenho rende prêmios ao gado

Publicação: 20/01/2018 03:00

Para atingir a alta performance, a Agropecuária Bom Leite imprimiu um ritmo de atividade que trouxe estrelas para a fazenda de São Bento do Una. A unidade montou uma estrutura de vacas “zen”, de estresse zero, com todo o aparato tecnológico para controlar a dinâmica no dia a dia dos animais e fazê-los permanecer na zona máxima de produtividade. Além disso, as vacas são extremamente bem nutridas para que possam produzir a maior quantidade de leite possível. É dado um calendário à vaca para que ela esteja novamente prenha em até 100 dias pós-parto, para manter a média de um bezerro a cada 14 meses e ela volte para a zona de lactação (ver quadro).

O processo gerou na última edição da exposição de animais do Cordeiro, por exemplo, 32 prêmios para 25 animais da fazenda, assumindo uma ou até todas as posições no top 3 das 18 categorias da feira. “A exposição é resultado de um trabalho. São várias competições dentro da exposição. Os criadores têm a oportunidade de ver como outros estão trabalhando, aprender, ajustar e melhorar. No ano passado, a vantagem do nosso gado ficou clara. Em algumas categorias, ficamos com o primeiro, o segundo e o terceiro lugares”, disse Galvão.

Um fato que se tornou emblemático para ele no evento foi o ato do juiz, que é quem avalia o gado. “No final, ele vai nas baias conversar com os peões e donos da fazenda, porque a função dele é avaliar de fora o que está sendo feito nas fazendas e que se materializa no gado que está exposto. Então o juiz saiu recrutando peões e trazendo até a baia da nossa fazenda. E ele disse: eu fico surpreso sair de São Paulo e ver animais aqui que podem facilmente competir forte lá em baixo (Sul e Sudeste) e que não vão ficar em posições diferentes das que ficaram aqui”, ressaltou.

No evento, são avaliados pontos como a genética da raça e o manejo (peso x altura). Fazendo um balanço da premiação, dentre as categorias dos machos, seis bois foram premiados, inclusive o grande campeão (campeão entre os campeões das categorias) e o segundo lugar. “Nas fêmeas, são oito categorias, e, em seis delas, fizemos a dobradinha de campeã e segunda colocada. Um detalhe é que, de todos os campeões de todas as categorias, as três primeiras posições foram nossas. Então ficamos com a grande campeã, a segunda colocada e com o terceiro lugar.”

“O povo diz que essa vaca é esperta, até ‘cheia dos luxos’. Mas eu tenho que dar o que ela precisa para que ela me retorne com o que eu preciso, que é o máximo de leite que ela puder. Por isso ela tem um coçador, para não pertubar as outras e ter paz. É uma escova que ela bate e o equipamento gira, fazendo uma massagem. Aqui ninguém dá na vaca, que eu não deixo. É no assovio. Trabalhe com o relógio que ela vai seguir qualquer comando seu”, reforça o produtor.

A pendência da água
Um dos entraves é a água. “A vaca precisa de 120 litros de água por dia e que fique próximo dela para que não precise andar muito para beber. É muita água e difícil em terras de escassez”, pontua. “Dos males, o menor”, pondera.  É algo mais fácil de transportar. “Clima não se compra e a gente tem”, resume Stênio Galvão. “Temos uma propriedade em Lajedo, onde tem um poço que me abastece e outra em Ibimirim, onde a gente tem um lençol freático. Tive a notícia do geólogo que a bacia do Jatobá é uma fístola do São Francisco, ou seja, não seca nunca”, torce. “É essa água que alimenta o gado aqui e é aqui onde tem feno volumoso (alimento que complementa a nutrição animal)”, complementa.