Melhor superávit da história
Balança comercial do Brasil fechou 2017 com saldo de R$ 67 bilhões, puxado pela retomada do crescimento das exportações após cinco anos negativos
Publicação: 03/01/2018 03:00
Depois de cinco anos em queda, as exportações brasileiras voltaram a crescer levando a balança comercial a registrar um saldo positivo de US$ 67 bilhões no ano passado - o melhor resultado da série histórica iniciada em 1989. Já as importações tiveram o primeiro aumento após três anos consecutivos de retração.
O resultado contou com a contribuição das vendas recordes de petróleo (em volume) e de automóveis (em valor) para o mercado externo. Historicamente, o país é importador líquido de petróleo, mas nos últimos dois anos vendeu mais ao exterior do que comprou. Em 2017, o total exportado de petróleo bruto pelo Brasil cresceu 66,4%. O aumento da produção brasileira ajuda a explicar esse avanço.
A indústria automobilística contribuiu exportando 200 mil carros a mais no ano passado. A venda de automóveis de passageiros para outros países cresceu 43,9%. Entre os principais destinos dos veículos brasileiros, todos tiveram aumento das exportações. As vendas para a Argentina, por exemplo, cresceram 43% e Chile, 98%.
As montadoras dizem que o aumento é resultado de novos acordos comerciais e de um câmbio favorável, além de um esforço para conquistar novos clientes fora do Brasil. Com o aumento das exportações, os automóveis passaram da nona para a quinta colocação no ranking de produtos exportados. Os principais produtos exportados pelo país, no entanto, continuam sendo minério de ferro (em valor) e soja (em volume).
O secretário de Comércio Exterior do Ministério da Indústria e Comércio, Abrão Neto, classificou como o resultado como “contundente”. “O número mais vistoso é o saldo comercial de US$ 67 bilhões, o que tem uma importância muito grande”, disse.
O presidente Michel Temer, que está em repouso no Palácio Jaburu, recuperando-se de uma cirurgia, usou a rede social Twitter para comemorar: “Esse crescimento extraordinário mostra a retomada da economia brasileira.”
O recorde anterior da balança comercial era de 2016 e somava US$ 47,6 bilhões. Para este ano, a expectativa é de um saldo comercial positivo, mas menor, em torno de US$ 50 bilhões. Com a retomada da economia, as importações devem crescer de forma mais intensa do que as exportações.
Em 2017, as exportações atingiram US$ 217,7 bilhões, um aumento de 18,5% em relação ao ano anterior. “Os economistas leem esses resultados como a retomada do crescimento da economia”, disse o ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), Marcos Pereira.
Para este ano, o secretário Abrão Neto prevê alta na aquisição de bens de consumo como consequência do aumento da demanda das famílias.
O economista da Consultoria Tendências Silvio Campos Neto destaca também o crescimento generalizado das importações brasileiras. “Ao mesmo tempo em que houve forte aumento das compras de combustíveis, os bens de consumo e os bens de capital ganharam consistência. (AE)
Cenário
Saldo de 2017
18,5% - crescimento das exportação em 2017 em relação a 2016
10,5% - crescimento das importações no mesmo período
Em dezembro de 2017
O resultado contou com a contribuição das vendas recordes de petróleo (em volume) e de automóveis (em valor) para o mercado externo. Historicamente, o país é importador líquido de petróleo, mas nos últimos dois anos vendeu mais ao exterior do que comprou. Em 2017, o total exportado de petróleo bruto pelo Brasil cresceu 66,4%. O aumento da produção brasileira ajuda a explicar esse avanço.
A indústria automobilística contribuiu exportando 200 mil carros a mais no ano passado. A venda de automóveis de passageiros para outros países cresceu 43,9%. Entre os principais destinos dos veículos brasileiros, todos tiveram aumento das exportações. As vendas para a Argentina, por exemplo, cresceram 43% e Chile, 98%.
As montadoras dizem que o aumento é resultado de novos acordos comerciais e de um câmbio favorável, além de um esforço para conquistar novos clientes fora do Brasil. Com o aumento das exportações, os automóveis passaram da nona para a quinta colocação no ranking de produtos exportados. Os principais produtos exportados pelo país, no entanto, continuam sendo minério de ferro (em valor) e soja (em volume).
O secretário de Comércio Exterior do Ministério da Indústria e Comércio, Abrão Neto, classificou como o resultado como “contundente”. “O número mais vistoso é o saldo comercial de US$ 67 bilhões, o que tem uma importância muito grande”, disse.
O presidente Michel Temer, que está em repouso no Palácio Jaburu, recuperando-se de uma cirurgia, usou a rede social Twitter para comemorar: “Esse crescimento extraordinário mostra a retomada da economia brasileira.”
O recorde anterior da balança comercial era de 2016 e somava US$ 47,6 bilhões. Para este ano, a expectativa é de um saldo comercial positivo, mas menor, em torno de US$ 50 bilhões. Com a retomada da economia, as importações devem crescer de forma mais intensa do que as exportações.
Em 2017, as exportações atingiram US$ 217,7 bilhões, um aumento de 18,5% em relação ao ano anterior. “Os economistas leem esses resultados como a retomada do crescimento da economia”, disse o ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), Marcos Pereira.
Para este ano, o secretário Abrão Neto prevê alta na aquisição de bens de consumo como consequência do aumento da demanda das famílias.
O economista da Consultoria Tendências Silvio Campos Neto destaca também o crescimento generalizado das importações brasileiras. “Ao mesmo tempo em que houve forte aumento das compras de combustíveis, os bens de consumo e os bens de capital ganharam consistência. (AE)
Cenário
Saldo de 2017
- US$ 150,745 bilhões : importação
- US$ 217,746 bilhões : exportação
- US$ 67,001 bilhões : Ano de 2017
- US$ 47,683 bilhões : Ano de 2016
18,5% - crescimento das exportação em 2017 em relação a 2016
10,5% - crescimento das importações no mesmo período
Em dezembro de 2017
- US$ 4,998 bilhões - saldo do mês
- US$ 12,598 bilhões - importação
- US$ 17,595 bilhões - exportação
- combustíveis e lubrificantes : 42,8%
- bens intermediários : 11,2%
- bens de consumo : 7,9%
- 28,7% : produtos básicos
petróleo em bruto 66,4%
minério de ferro 45,6%
soja em grão 34,1%
minério de cobre 29,9%
milho em grão 26%
carne bovina 17,7%
algodão em bruto 12,6%
carne suína 9,4%
carne de frango 9% - 13,3% : semimanufaturados
ferro/aço 56,4%
ferro fundido 47,2%
madeira serrada 24,8% - 9,4% : manufaturados
óleos de combustíveis 80,5%
máquinas para terraplanagem 66%
tratores 49,3%
automóveis de passageiros 43,9%