Aulas práticas: negócio em teste

Publicação: 21/07/2018 03:00

A chamada prática profissional se tornou realidade na maioria das universidades. A ação tem sido, inclusive, um atrativo a mais para os estudantes na escolha da universidade. Muitos já buscam os serviços na hora do vestibular, vislumbrando a associação da teoria com a prática. Outros se encantam ao saber quais os serviços e laboratórios oferecidos ao iniciarem as aulas. Independentemente do momento, os serviços se tornaram fortes aliados das universidades, que encontraram nos laboratórios um chamariz de alunos e uma forma de atender à população.

“O principal objetivo desses laboratórios é justamente aliar a teoria à prática, como parte integrante da formação dos estudantes. Além disso, também devemos promover a integração com a sociedade e fornecer aos nossos alunos uma formação humanística”, afirma a coordenadorageral acadêmica da UniFBV-Wyden, Marília Mesquita.

Na Faculdades Integradas Barros Melo - Aeso, o objetivo principal é inserir o estudante em um campo multidisciplinar e conectado com o mercado de trabalho. “A agência experimental de publicidade e propaganda Inata e o núcleo de prática jurídica, por exemplo, prestam serviços gratuitos à comunidade e a organizações não-governamentais. Além disso, implementamos para todos os cursos convênios com empresas e órgãos públicos por meio da central de estágio, de modo a possibilitar um fluxo de realimentação entre a formação acadêmica e a profissional. Atualmente, são mais de 700 empresas conveniadas”, detalha a diretora da instituição, Ivânia de Barros Melo.

A diretora-geral da Facipe, Vanessa Piasson, diz que além de formação, essas práticas possibilitam o fortalecimento da responsabilidade social, com inclusão de acesso a serviços, que vão desde assistência jurídica até clínicas de estética e atendimentos em odontologia e biomedicina. A instituição também deve inaugurar em breve um centro de reabilitação em fisioterapia e, num futuro próximo, atendimentos em psicologia e nutrição. “Essa prática é, sem dúvida, um dos pontos positivos que contribuem para a avaliação dos cursos, inclusive pelo MEC, e despertam o interesse dos estudantes”, enfatiza Vanessa.

Apesar da certeza de que as práticas são atrativos para o desenvolvimento dos cursos, as opiniões ainda são divergentes sobre a redução da vacância nos cursos que oferecem os laboratórios. De acordo com o vicereitor da Uninassau, Antônio Neto, não existem dados concretos que mostrem essa vantagem, mas esse é um diferencial para qualquer curso.

“Mesmo os que não podem captar fundos para criar uma clínica-escola tendem a realizar outras atividades que complementem a formação do aluno. Existem vários casos de alunos que trocaram de instituição por conta dos nossos serviços oferecidos. Também há casos de discentes que saíram da instituição e depois voltaram porque não encontraram o suporte que possuem aqui. O fato é que a prática profissional é bastante relevante para a formação dos estudantes e esse é um diferencial”, ressalta.

Já a reitora da UniFG, Sandra Amaral, a prática profissional não pode ser considerada uma solução para reduzir a vacância nos cursos e, sim, como uma metodologia adotada pela instituição como associação da teoria com a prática para garantir a qualidade acadêmica e o aprendizado com base na realidade da profissão. “É importante entender que prática profissional não é somente numa clínica-escola ou núcleo jurídico, mas ela sempre ocorre quando o aluno pratica de alguma forma, como analisando um estudo de caso, por exemplo, o fazer de sua profissão”, enfatiza a reitora da UniFG, Sandra Amaral.