Companhias de carga investem fortemente no setor

Publicação: 21/09/2018 03:00

A Gollog, serviço de transporte de cargas e logística da GOL, inaugurou, em abril deste ano, seu novo terminal de cargas no Aeroporto do Recife/Guararapes, que possui 3,2 mil m2 de área total (contando estacionamento, escritórios) e 1.800 m2 de área coberta para a carga. A unidade atende a 6 mil entregas em domicílio dentro do Recife e Região Metropolitana, e movimenta em torno de mil toneladas por mês, entre embarque e desembarque. Dentro desse volume, 35% corresponde a e-commerce, 25% de fármacos, 15% de confecções e o restante de itens diversos (eletroeletrônico, peças automotivas, material promocional, etc).

O espaço tem acesso direto à pista e proximidade com a Secretaria da Fazenda (Sefaz). Com ar-condicionado, wi-fi e estacionamento gratuito, possui uma exclusividade no estado: todo o volume recebido passa pelo sistema de raio-x, que identifica o conteúdo de mercadorias não autorizadas para o aéreo.

Eduardo Calderon, diretor de cargas da GOL, analisa o bom momento pelo qual passa o setor nos primeiros meses do ano: “A tabela do frete aumentou e, somando-se à questão da problemática da malha rodoviária e da insegurança nas estradas, fez com que muitos clientes passassem a migrar para o aéreo”, afirma.

A Azul Cargo Express, que possui um novo terminal de 1.500m2 em Pernambuco inaugurado há cerca de 1 ano e movimenta cerca de 500 toneladas/mês (nacionalmente são 5000 toneladas/mês), também constatou um grande aumento do transporte de cargas via aérea nos últimos meses. Isso ocorreu, sobretudo, após a greve dos caminhoneiros, em maio, que despertou ainda mais interesse para o modal aéreo. Francisco Dorneles, coordenador do Terminal de Cargas, enfatiza que é um tipo de transporte mais rápido e seguro. “Crescemos 11% de julho para agosto de 2018. Durante o período da greve, tivemos vários pedidos de cotações de fretamentos e atendemos os que pudemos. Porém também tivemos impactos devido à falta de combustível aeronáutico em alguns aeroportos”, explica.

Assim como na Gollog, na Azul Cargo Expresse o e-commerce movimenta consideravelmente esse transporte (notadamente de eletrônicos), assim como livros, vinhos, confecções e acessórios de vestuário, que representam, juntos, cerca de 15% dos envios.

A Azul Cargo Express iniciou suas operações de cargas em agosto de 2009, com transporte entre os aeroportos de Viracopos, Fortaleza, Recife e Salvador. A empresa cresceu 49% de 2016 para 2017. “No segundo trimestre deste ano, registramos crescimento de 64% em relação ao mesmo período de 2017. De 2009 para cá, a unidade de transporte de cargas da Azul expandiu sua rede de lojas para 216 estabelecimentos espalhados pelo Brasil”, informa Dorneles.

Para atender à crescente demanda, a empresa investe em tecnologia e oferecemos totens de autoatendimento na loja. O objetivo é diminuir os tempos de espera dos clientes e tornar o serviço mais assertivo e eficiente. A grande novidade é a chegada de uma frota de cargueiros: dois Boeings 737-400F, com a primeira aeronave começando a operar em outubro.

Já a Latam Cargo Brasil, unidade de cargas do Grupo Latam Airlines, por meio da sua assessoria, afirma que Recife é um importante mercado para o transporte de cargas e, em agosto deste ano, houve um aumento de 7,9% na movimentação de produtos (em quilos) com origem e destino à capital pernambucana com relação a julho. O que decorreu do aumento da demanda para transporte de produtos como confecções, perecíveis, fármacos e eletrônicos.