Região do Araripe é favorável

Publicação: 17/11/2018 03:00

A cidade de Araripina tem uma posição estratégica que leva o destaque na produção da mandioca. É que as regiões onde existem as plantações na localidade têm altitude elevada, o que favorece o plantio. “A Serra do Araripe tem 800 metros acima do nível do mar e essa altitude é considerada a melhor para o cultivo de quase 300 mil hectares. Já a Serra do Inácio tem cerca de 21 mil hectares”, destaca o agricultor Silvano Coelho. Dessa forma, com a união entre altitude elevada, que gera facilidade para ventos, certa umidade e, por sua vez, propensão para receber as chuvas, a mandioca é favorecida nesse chão. Até porque a planta não necessita de um intenso regadio para conseguir se desenvolver. “O armazenamento de água que existe na planta é fundamental para a mandioca se destacar na seca. É a planta do Sertão”, diz.

Dentro do infinito das plantações dos agricultores araripinenses, destaca-se a distinção das duas variedades da raiz. “A mandioca brava é destinada para a indústria para ser obtido o féculo e só a partir daí ser comercializada para fins alimentícios”, comenta o engenheiro agrônomo, Vitor Pistoia. Não é possível comer essa variedade da planta assim que colhida, pois ela conta com ácidos que são tóxicos ao organismo humano e até o animal. Já a segunda vertente, que é conhecida como mandioca mansa, é a mais popular. “É a famosa macaxeira, que a gente pode cozinhar assim que colhe”, lembra.

O principal fim para a mandioca brava, era, até então, destinado para a produção de farinha. “Nós armazenávamos as sacas que eram feitas nas nossas próprias casas de farinha e vendíamos umas e esperávamos o preço ficar melhor para vender outras”, lembra Vilmar. O agricultor, por arrendamento, planta em cerca de 400 ha para conseguir, hoje, dar conta da demanda vinda da multinacional. “Vendo aproximadamente 150 toneladas de mandioca para a Ambev”.